terça-feira, 8 de junho de 2010

Padre Antonio Vieira:o sermão da sexagésima.

AUTOR:Fábio Ferreira



Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa no ano de 1608 e veio com a sua família para o Brasil, mais precisamente para a Bahia, em 1614, quando tinha apenas seis anos de idade. Pouco tempo depois, ingressou no Colégio dos Jesuítas, do qual não mais se afastou. Seu primeiro sermão foi o Sermão XIV da série Maria, Rosa Mística, pregado em 1633, e dois anos após, foi ordenado sacerdote.
Na resistência moral à invasão holandesa na Bahia, o Padre Vieira teve papel importante, que pode ser constatado através dos seguintes sermões com os respectivos anos em que foram proferidos: Sermão de Santo Antônio, 1638; Sermão da Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel, 1638 e o Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda, 1640.
Em 1641, logo que soube que o país onde nascera havia libertado-se do domínio espanhol, viajou para Portugal, na denominada "embaixada de fidelidade" ao novo rei. No Reino, participou ativamente da vida política da época, colocando-se em defesa dos cristãos-novos e suscitando o ódio da Inquisição, tendo problemas com esse segmento da Igreja Católica. Sua defesa aos cristãos-novos fica explicita na "Proposta a El-Rei D. João IV", que também continha um plano de recuperação econômica para o Portugal. No ano seguinte, foi nomeado pregador régio.
Em 1649, sofreu a ameaça de ser expulso da Ordem dos Jesuítas, no entanto, D. João IV fez oposição àquela sanção. Anos depois, regressou ao Brasil, estabelecendo-se no Maranhão onde passou a dedicar-se à evangelização dos índios e à defesa destes contra os colonos. Tal conflito culminou com sua expulsão e de toda a Companhia no ano de 1661, quase dez anos depois do seu regresso ao Brasil. Retornando a Portugal, foi perseguido e processado pela Inquisição. Conseguiu livrar-se dos seus problemas com a Inquisição, que segundo Amora (2000) foi "conseguida por meios políticos" e assim "partiu para Roma, onde obteve a revisão de seu processo e voltou a conquistar ( no Vaticano e nas reuniões literárias da rainha Cristina da Suécia ), os antigos triunfos de excepcional pregador".
Vieira voltou a Portugal em 1678, e no ano seguinte dá início a publicação de seus Sermões Completos. Ao retornar definitivamente à Bahia em 1681, reviu e organizou seus sermões para publicação. Padre Antônio Vieira morreu no dia 18 de Julho de 1697, no Colégio da Bahia, com 89 anos de idade.¹
Sobre a sua literatura, pode-se classifica-la como pertencente ao período barroco. Sua obra constitui-se de cerca de 200 sermões ² , 500 cartas - importantes documentos históricos que abordam a situação da Colônia, a Inquisição, os cristão-novos, a relação entre Portugal e Holanda, entre outros fatos - e, ainda, profecias. Considera-se que o melhor de sua obra encontra-se nos sermões que, em linguagem simples e sem torneios de estilo, revelam extraordinário domínio da língua, imaginação, sensibilidade, humanidade e convicções.
Utilizando-se da retórica jesuítica no trabalho das idéias e conceitos, Vieira mostrou-se um barroco conceitista, no desenvolvimento de idéias lógicas, destinadas a persuadir o público, e clássico na clareza e simplicidade de expressão. Seus temas preferidos foram: a valorização da vida humana, para reaproximá-la de Deus, e a exaltação do sofrimento, porque nele está o caminho da salvação.
Das obras do Padre Antônio Vieira, vamos destacar o Sermão da Sexagésima, pregado em 1655 ³ na Capela Real, que versa sobre a arte de pregar em suas dez partes. Neste sermão, o Padre Vieira usa de uma metáfora: pregar é como semear. Ao traçar paralelos entre a parábola bíblica sobre o semeador que semeou nas pedras, nos espinhos (onde o trigo frutificou e morreu), na estrada (onde não frutificou) e na terra (que deu frutos), Vieira critica o estilo de outros pregadores contemporâneos seus, considerando que pregavam mal, pois pregavam sobre vários assuntos ao mesmo tempo, logo o resultado era a pregação de nenhum assunto, em decorrência disso, para Vieira, a pregação tornava-se ineficaz, a agradar aos homens ao invés de agradar a Deus.
Possivelmente, tal visão decorre de que é mais fácil pregar para agradar aos homens do que a Deus, pois quem está a ouvir, a seguir a religião, e a construir novos templos, são os homens e não Deus. Quem tem o poder para seduzir com bens materiais aqueles que pregam em nome de Deus - sejam esses pregadores Padres, Freis, Abades... - , é o homem, e não o próprio Deus. Então, é mais fácil pregar para os homens do que para Deus, talvez sendo daí o interesse demasiado em pregar para agradar aos homens. Também são os homens insatisfeitos que podem adotar outra religião - como ocorreu com aqueles que aderiram ao calvinismo, ao anglicanismo ou optaram por seguir o "luteranismo" - ou ainda são os homens que podem decidir por seguir a ala do próprio catolicismo que esteja a pregar da forma que mais convém ao ouvinte.
O assunto básico do sermão, à primeira vista, é a discussão de como é utilizada a palavra de Cristo pelos pregadores. Um olhar mais profundo mostra que o autor vai além do objetivo da catequese, adotando atitude crítica da codificação da palavra. Percebe-se, também, que o Sermão é usado como instrumento de ataque contra a outra facção do Barroco, representada pelos chamados cultistas ou gongóricos.
No Sermão da Sexagésima, Vieira expôs o método4 que adotava nos seus sermões:
1. Definir a matéria.
2. Reparti-la.
3. Confirmá-la com a Escritura.
4. Confirmá-la com a razão.
5. Amplificá-la, dando exemplos e respondendo às objeções, aos "argumentos contrários".
6. Tirar uma conclusão e persuadir, exortar.
Vale ressaltar o contexto histórico da época do Padre, uma época onde varias atitudes tomadas pelo catolicismo eram apoiadas inclusive pelo próprio poder temporal - já que não é simples separar a Igreja e o Estado português neste momento da história -, como converter almas ao cristianismo.
Nessa época, o mundo assistia: a Santa Inquisição a atuar em pleno vapor, que inclusive fez visitações ao Brasil colonial nas regiões Nordeste e Norte, além de em outras terras pertencentes ao Império Colonial Português como Angola, Madeira e Açores, e vale ainda citar que Goa possuía o seu próprio tribunal do Santo Ofício; também assistia-se a imposição do cristianismo para muitos índios no Brasil; além dos negros africanos que para cá foram trazidos e também foram-lhes imposto o catolicismo.
Considerando o contexto de conversões forçadas da época do Padre Vieira e analisando apenas o sermão que fora pregado em 1655, o padre aparenta ser contra a conversão forçada que imperava no período. No entanto, em alguns sermões ele justifica a escravidão, tanto indígena quanto a negra, com argumentos religiosos, como o de que no juízo final esses escravos terão suas almas salvas, no Céu serão servidos pelo próprio Deus, ou ainda, a comparar o sofrimento dos escravos ao martírio do próprio Cristo.
É bem verdade que Vieira tivera problemas com os colonos no Brasil causados pela questão da escravidão, pois posicionava-se a favor da igualdade que não agradava em nada aos habitantes da Colônia e ao voltar ao Reino, não recebeu da regente Dona Luísa o mesmo apoio que fora dado a ele por D. João IV (que a essa altura já havia falecido), além de a Inquisição ter-lhe proibido em 1663 de pregar em terras portuguesas.
Vieira questionava a escravidão e a desigualdade com argumentos como que um dos Reis Magos era negro5 ; "hei-de ser vosso senhor, porque nasci mais longe do sol, e que vós haveis de ser meu escravo, porque nascestes mais perto?!"; e que ao ser batizado, todos são iguais perante Deus, meio da irmandade entre todos os seres humanos; e ainda como afirma Bosi "Do ponto de vista da ortodoxia Vieira sabia-se respaldado por vários documentos de papas favoráveis à liberdade dos índios (...)"
No entanto, Bosi ainda mostra que "sob o pretexto de guerra justa, a Igreja permitira o cativeiro..." e Vieira possuía a mesma postura ambígua e contraditória de sua Igreja: "Não é minha tenção que não haja escravos, antes procurei (...) que se fizesse (...) [o] cativeiro lícito". Pode-se entender que a adoção da idéia de cativeiro lícito foi uma forma de conciliar os interesses, uma concessão por parte de Vieira para amenizar os problemas que estava a ter com os colonos cá no Brasil.
Assim, "chega o momento da proposta conciliadora que Vieira apresenta aos colonos renitentes", que classifica as populações que tinham a possibilidade de ser escravizadas no Maranhão em três grupos que são "os escravos que já estão na cidade", que tem o direito de escolher se continuam a trabalhar ou não; "os que vivem nas aldeias de el-rei como livres"; e os que "vivem nos sertões", que só poderiam ser trazidos aqueles que estivessem presos em tribos inimigas e para serem mortos, é o que justificava a escravidão.
Também é valido ressaltar que o discurso de Vieira para os escravos de origem africana era sempre a comparar o sofrimento deles ao martírio de Cristo, a persuadir os negros com a identificação entre eles e o Deus filho: "Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado: porque padeceis em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz, e em toda a sua paixão".
Sobre a escravidão dos povos de África, Vieira ainda afirma, no sermão XXVII, que o sacrifício que estavam a passar era compensador, pois assim essas almas estariam redimidas por terem no passado seguido religiões pagãs ou terem vivido sob o Império Islão, e que o cativeiro era algo somente terreno, além de ser um meio para em um plano superior conseguirem a liberdade, e a liberdade eterna, a liberdade da alma.
Vieira ainda afirmou que "todos aqueles escravos que neste mundo servirem a seus senhores como a Deus (...) no Céu, senão o mesmo Deus em Pessoa, o que os há-de servir".
Portanto, é evidente a postura contraditória do Padre Antônio Vieira, pois ora ele posiciona-se a favor das populações oprimidas pela escravidão, inclusive a incomodar os colonos - visto o problema que teve com estes no Maranhão, por exemplo -, ora ele justifica a escravidão com argumentos religiosos, principalmente nos discursos para os cativos.
Independente de ter sido a intenção de Vieira ou não, fato é, que argumentos religiosos muitas vezes são usados para tentar manipular populações de acordo com os desejos e as necessidades da classe dominante. Pois ao causar medo nos ouvintes da fúria de um Deus impiedoso ou prometendo para injustiçados e para aqueles que a vida era uma completa desgraça - como no caso dos escravos - uma vida melhor e mais justa em um outro plano, o espiritual, que é superior e eterno, acaba por fazer que essas populações tenham esperança de conseguir a liberdade um dia, nem que seja no pós-morte. Muitos dos argumentos utilizados para os escravos por parte de Vieira podem ser entendidos como uma maneira de "acalmar os ânimos" das vítimas da escravidão, fazendo com que essa população passe a conformar-se com o seu estado de subjugação e projete para um plano superior a solução dos seus problemas, que na verdade eram insolúveis.
Mas por mais que argumentos religiosos tenham tentado fazer com que essas populações aceitassem passivamente a sua situação por estar a serviço de uma Igreja - que era altamente atrelada a um Estado que tinha como base na Colônia a escravidão de índios em um primeiro momento e depois de negros africanos -, ou de classes que tinham interesse na escravidão, se essas populações aceitaram tal discurso religioso quem sabe não é porque tiveram realmente as suas sofridas almas confortadas por ele ou por outros sacerdotes. Por mais resistências em relação ao cristianismo que tenham havido por parte de índios e negros, aceitar a religião do dominador, daquele que o escraviza é algo realmente difícil, e se aconteceu, quem sabe em parte não foi por pregadores dotados de uma grande capacidade de persuasão, como era o caso de Vieira.
Sobre o Sermão da Sexagésima, seu autor interessava saber o motivo de a pregação católica estar surtindo pouco efeito entre os cristãos. "Sendo a palavra de Deus tão eficaz e tão poderosa", pergunta ele, "como vemos tão pouco fruto da palavra de Deus?" Depois de muito argumentar, Vieira conclui que a culpa é dos próprios padres. "Eles pregam palavras de Deus, mas não pregam a palavra de Deus", afirma. Dito de outra maneira, o jesuíta reclama daqueles que torcem o texto da Bíblia para defender interesses mundanos. No sermão proferido, o Padre também procura criticar a outra facção do Barroco, logo a utilizar o púlpito como tribuna política.
No entanto, se muitas vezes o Padre Antônio Vieira procurava conduzir a opinião pública de acordo com a sua visão, transformando o púlpito em tribuna política, isto não era uma característica somente sua : "no século XVII, como frisou C. R. Boxer, o púlpito desempenhava também funções que hoje cabem aos jornais, à rádio, à televisão, enquanto instrumentos nas mãos dos governantes." 6

Notas

1 - Disponível em: http://www.vidaslusofonas.pt/padre_antonio_vieira.htm.
2 - PIRES, Maria Lucília Gonçalves. Disponível em: http://www.ipv.pt/millenium/ect8_mluci.htm.
3 - AMORA, Antônio Soares. Sermões: problemas sociais e políticos do Brasil. São Paulo: Editora Cultrix, 2000.
4 - Disponível em: http://www.terravista.pt/portosanto/3161/pantvieira.html
5 - Ver Bosi, Alfredo. A dialética da Colonização, SP: Companhia das Letras, 1992, p.135
6 - Disponível em: http://www.terravista.pt/portosanto/3161/pantvieira.html

Bibliografia e Sítios Consultados
AMORA, Antônio Soares. Sermões: problemas sociais e políticos do Brasil. São Paulo: Editora Cultrix, 2000.
BOSI, Alfredo. A dialética da Colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
PIERONI, Geraldo. Os Excluídos do Reino: A Inquisição Portuguesa e o Degredo para o Brasil Colônia. Brasília: Editora UnB e São Paulo: Imprensa Oficial, 2000.
SOUZA, Laura de Mello e. O Diabo e a Terra de Santa Cruz: Feitiçaria e religiosidade popular no brasil colonial. São Paulo: Companhia das Letras, ????.
VIEIRA, Padre Antônio. Sermões: texto integral. Distribuído em sala de aula, 2001.
http://www.ipv.pt/millenium/ect8_mluci.htm
http://www.palavraeutopia.com/
http://www.terravista.pt/FerNoronha/1854/vieira1.html
http://www.terravista.pt/portosanto/3161/pantvieira.html
http://www.vidaslusofonas.pt/padre_antonio_vieira.htm

29 comentários:

  1. ATIVIDADE - Leia os dois textos:
    a) O Barroco em Portugal
    b) Padre Anônio Vieira:O sermão da Sexagésima
    Escreva um texto emitindo a sua análise de ambos os textos, discutindo, principalmente, a retórica de Vieira no9 Sermão proposto.
    ATENÇÃO: Poste, aqui, no Blog.

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  2. Boa tarde, Generosa,
    Não estou conseguindo formar o baralho sobre literatura contemporanea, estou montando sobre outro tema, tem algum problema ou posso fazer?
    Posso fazer sobre o simbolismo?

    Att.
    Joelma.

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  3. Olá Generosa,

    Não é baralho é dominó, o ultimo trabalho que você passou para o 5º periodo de letras.
    obrigada.

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  4. BARROCO - EM PORTUGAL -

    Conhecido também como Seiscentismo, a palavra barroco tem sua origem na Espanha, Barrueco e corresponde a um período recheado de dualidades, o homem religioso em constante dúvida, cheio de interrogações, textos de cunho filosófico,que questiona, que busca respostas, homem inquieto. Fortíssima presença do excesso (palavra base), culto ao feísmo, período cheio de minúcias, apego à religião como salvação, questionamentos, duplicidade, exageros, extravagâncias, culto à morte, pessoa pessimista, conflitos interiores externados na pintura e também na escultura, linguagem conceptista e cultista, isto é, o jogo de ideias, os provérbios, mas também jogo de palavras, as figuras de linguagem, enfim, textos complexos, tendo como um dos maiores autores o Padre Antônio Vieira com suas intertextualidades bíblicas.

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  5. PADRE ANTÔNIO VIEIRA

    Nascido dem Lisboa,o Padre Antônio Vieira veio para o Brasil,veio para a Bahia. Vieira participou ativamente da vida política da época, tanto o é que no renascimento de Portugal, foi o principal representante, um dos principais conselheiros, um homem do período Barroco e ao mesmo tempo realista e convencido de que a ação humana traz consigo a concretização de resultados.
    Portador de um discurso humano, com uma linguagem simples, mas um exímio dominador da língua, Vieira sensibiliza, persuadi as pessoas com seus discursos, sermões conceitistas, com o desenvolvimento de ideias lógicas, bem como o intenso uso de argumentos religiosos, em alguns momentos utilizados para manipular populações de acordo com os anseios das classse mais abastadas, isto é, uma postura considerada, por vezes incoerente.
    Sua simplicidade ao expressar é comovente, mas seus sermões são considerados mecanismos de poder sempre interessado em algo próximo e salutar para a sociedade.

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  6. PARA JOELMA: Seria interessante montar o dominó com o Modernismo em Portugal(1ª fase). Esoere mais um pouco, leia sobre o tema e ntente fazer. Qualquer dúvida, procure-me para ajudá-la pensar sobre o tema. Certo?
    Generosa Souto

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  7. O padre Antônio Vieira é o principal representante da literatura do período Barroco. Ele escreveu sermões que vizavam catequizar o povo, usando, frequentemente de metáforas para tornar sua escrita mais atraente. Seus sermões eram também reflexões para o período, no qual vivia, que refletia uma profunda crise do homem entre o mundo divino e o terreno.

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  8. AMANDA OLIVEIRA DE JESUS 4° PERIODO

    O Padre Antonio Vieira escreveu o sermao da sexagesima fazendo uma intertextualidade biblica com a parabola da semeadura. Essa parabola esta presente no livro de Mateus e vem nos mostrando como a qualidade do terreno vai influenciar na frutificaçao de uma semente ou nao, isto é, dependendo do solo ela pode dar seus dividendos tranquilamente e se por um acaso esse solo for infertil essa semente nao vai prosperar. Tratando essa passagem como uma alegoria para as nossas vidas percebemos, que pregar é como semear. Vieira resume e comenta a parábola: um semeador semeou as sementes que caíram pelo caminho, pelas pedras ou entre os espinhos. Apenas parte delas caiu em terra boa. Nele Vieira usa de uma metáfora: pregar é como semear. Traçando paralelos entre a parábola bíblica sobre o semeador que semeou nas pedras, nos espinhos (onde o trigo frutificou e morreu), na estrada (onde não frutificou) e na terra (que deu frutos), Vieira critica o estilo de outros pregadores contemporâneos seus (e que muito bem caberia em políticos atuais), que pregavam mal, sobre vários assuntos ao mesmo tempo (o que resultava em pregar em nenhum), ineficazmente e agradavam aos homens ao invés de pregar servindo a Deus. Vieira examina a culpa do pregador, considerando sua pessoa, sua ciência, a matéria e o estilo de seus sermões e sua voz. Os sermoes de VIEIRA tentavam levar o povo a reflexao. O interessante é pensarmos que esse sermao pode influenciar nossas vidas ate hoje nos levando a pensar sobre a retorica dos pregadores e em que tipo de "terra" essa palavra pode cair e produzir os seus frutos.

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  9. Padre Vieira apresenta-se como o principal representante do Barroco no Brasil. E procurava em seus sermões, principalmente: O Sermão da Sexagésima alcançar os seguintes objetivos:

    1. Definir a matéria.
    2. Reparti-la.
    3. Confirmá-la com a Escritura.
    4. Confirmá-la com a razão.
    5. Amplificá-la, dando exemplos e respondendo às objeções, aos "argumentos contrários".
    6. Tirar uma conclusão e persuadir, exortar.

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  10. O BARROCO EM PORTUGAL E PADRE ANTÔNIO VIEIRA

    O Barroco inicia-se em Portugal em 1580, quando Portugal se submete ao domínio espanhol.
    A palavra “barroco” teve origem na designação de uma pérola de forma irregular encontrada em Barróquia, região da Índia. Daí surgiu o nome do novo estilo, pois segundo os clássicos, era um estilo irregular, defeituoso, de mau gosto.
    O contexto histórico em que o Barroco surge é marcado por fatos importantes como a Reforma Protestante, a Contra-Reforma, o término do ciclo das grandes navegações e o mito do Sebastianismo. Fatos que desencadearam uma crise no meio político, econômico, social e religioso.
    Os principais recursos estilísticos do Barroco são a metáfora, a antítese, o paradoxo, a hipérbole e o hipérbato. Das características, destacamos: pessimismo, dualidade, contradição, fugacidade, feísmo. Também destacamos que o Barroco consistiu em duas tendências, o Cultismo, que corresponde ao jogo de palavras e imagens; e o Conceptismo, jogo de ideias e conceitos, visando ao convencimento.
    Percebe-se que o Barroco intensifica aspectos que já haviam sido discutidos anteriormente, o antropocentrismo e o teocentrismo. Porém o Barroco tenta conciliar as duas vertentes, buscando a racionalização da Fé e a salvação através da lógica.
    Padre Antônio Vieira foi um importante e destacável autor barroco. Suas principais obras são os Sermões e as Cartas. Era um excelente orador, que por meio de uma linguagem simples e sem exageros de estilo, revelam seu domínio para com a língua, imaginação, sensibilidade, humanidade e convicções.
    A temática de suas obras envolvia a valorização da vida humana, para reaproximá-la de Deus, e a exaltação do sofrimento. Em seus sermões há um desenvolvimento de ideias lógicas, destinadas a persuadir o público, e mostra-se claro e simples na maneira de expressar suas reflexões.
    No Sermão da Sexagésima seu discurso se fundamenta por meio do texto bíblico da Parábola do Semeador. Vieira lança uma pergunta: “se a palavra de Deus tem hoje tantos pregadores, por que não vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus?”. Assim, tenta examinar as possíveis causas da pregação da palavra de Deus ser ineficaz. A culpa seria então de Deus, dos ouvintes ou do pregador.
    Vieira conclui que a culpa é do pregador, passa então a analisar a culpa do pregador pela palavra de Deus não surtir efeito na vida humana.
    Na conclusão, Vieira diz que “Eles pregam palavras de Deus, mas não pregam a palavra de Deus. A culpa é do pregador quando se considera sua pessoa, sua ciência, seu estilo, sua voz. Alguns pregadores pregam mal, pois pregavam sobre vários assuntos ao mesmo tempo, logo o resultado era a pregação de nenhum assunto, assim, a pregação tornava-se ineficaz. Portanto, não se frutificava a palavra de Deus, mas as palavras que agradavam aos ouvidos do homem.

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  11. BARROCO EM PORTUGAL E PADRE ANTÔNIO VIEIRA

    O Barroco inicia-se no final do século XVI, tendo sua origem relação com a palavra barrueco que quer dizer pedra, pérola irregular.A partir daí dá-se o nome a um novo estilo, representado por um dualismo, por um homem repleto de conflitos, de interrogações, que traz uma valorização do espírito, com uma necessidade de chorar e com um enorme pessimismo diante da vida, considerada como efêmera, vista em toda sua brevidade, daí a importância dada a questão de se aproveitar cada momento.
    O Barroco traz também o exagero de detalhes, das cores tanto nos quadros quanto nos vestuários, num jogo de sombra e luz, a todo tempo apresentando um contraste, um conflito entre o bem e mal, o divino e o humano, dia e noite, pecado e virtude, sagrado e profano, bem como vida terrena e vida eterna.
    Destaca-se o cultismo, um jogo de palavras e imagens, bem como o conceptismo, ou seja, o jogo de ideias, que visa convencer.
    Usa-se figuras de linguagem, frases interrogativas, uma dubiedade de sentidos, em que se fala um coisa querendo dizer outra.
    Mostra um culto ao feísmo, a tudo que é feio, ao excesso, o culto a morte, a noite, as minúcias.
    Tem-se a questão do Teocentrismo e do Antropocentrismo, em que se quer conciliar o espiritualismo com o materialismo clássico, racionalizando a fé e a salvação.
    Padre Antônio Vieira é considarado o principal autor do Barroco português e brasileiro, apresentando uma linguagem simples, mas ao mesmo tempo mostrando um grande domínio sobre esta. Sua obra de destaque é o Sermão da Sexagésima, em que se tem uma discussão em torno da palavra, usando a metáfora de que pregar é como semear. Vieira trata da questão da pregação da palavra e de como essa não está frutificando como deveria, indagando-se de quem seria a culpa, já que a palavra de Deus é tão poderosa e estava obtendo tão poucos resultados. Ele trata de como a pregação está sendo feita, do que está sendo colocado como primordial, se agradar aos homens ou agradar a Deus, como se a palavra pregada fosse dita de acordo com os intresses humanos, do mundo e não com o intuito de frutificar o que Deus diz. Assim, Vieira como um grande domínio que tem sobre a língua e com seu forte poder de persuasão, coloca por fim que a culpa é do pregador que não condiz verdadeiramente com aquilo que deve ser dito, pois se preocupa demais em agradar ao povo e esquece-se de agradar a Deus, fazebdo com que sua palavra seja ouvida de modo que frutifique na vida de todos.

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  12. Padre Antônio Vieira nasceu em 1608 e veio de lisboa, sua cidade natal, para o Brasil em 1614.Pouco tempo depois engressou-se em um colégio de jesuitas onde deu origem ao seu primeiro sermão, pregado em 1633.
    Em 1655, na capela Real, ele pregou o Sermão da sexagesima e
    através dele, o pregador esmerou-se na retórica, contando com sua memória prodigiosa e rara habilidade no domínio da palavra.
    As palavras de Vieira transformaram-no em um orador digno de fé e despertavam nos ouvintes uma paixão transformadora.
    O sermão é um todo de 10 pequenos capítulos e é considerado seu mais importante sermão: uma crítica monumental ao estilo barroco, sobretudo ao Cultismo.

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  13. Percebe-se que Pe. Antônio Vieira pertenceu ao período barroquino. No contexto histórico em que Vieira atuou, a Igreja e o Estado estavam juntos, e o catolicismo era imposto aos índios e negros africanos. O Tribunal de Inquisição era atuante inclusive com algumas visitas ao Brasil. Pe. Antônio Viera se contradizia ora questionando a escravidão, pois quando batizados todos somos iguais perante a Deus, ora sendo a favor dessa escravidão para o salvamento da alma onde também se baseava em textos bíblicos. Ele deixou 200 sermões, 500 cartas, e importantes documentos históricos que abordam a situação da colônia, a Inquisição aos novos cristãos e a relação entre Portugal e Holanda. Os temas preferidos de Vieira era a valorização da vida humana e a exaltação ao sofrimento. Uma obra de destaque é o Sermão da Sexagésima pregado em 1655, nele Vieira usa se de metáforas e faz intertextualidade com a bíblia fazendo assim comparação com arte de pregar à parábola do semeador. Pe. Antônio Vieira utiliza se de uma retórica jesuíta. Segundo ele as palavras são como sementes quando lançadas em terras férteis elas se produzirão e se multiplicarão. E quando lançadas em solos inférteis, elas serão sufocadas e assim irão morrer.

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  14. O BARROCO EM PORTUGAL E PADRE ANTÔNIO VIEIRA

    O Barroco surgem em portugual em 1580, esse periodo é marcado péla dualidade humana , ou seja, o homem oscila entra seguir os costumes medievais ou larga-los de uma vez, porem são impedidos por medo de não conseguirem a salvação.Nesse periodo percebemos a figura do homem indesa, sem saber bem o que quer da vida,Dai podemos inferir que o barroca marca um conflito interior do homem com ele mesmo, sendo entao considerado um modo de vida. Há uma valorização do momento (carpe diem )em detrimento do passado.Como um dos principais autores desse periodo encontramos padre Antonio Vieira, ele nasceu em Liboa no ano de 1608, escreveu 200 sermoes e 500 cartas.Sua retorica era jesuitica destinada a persuadir o publico. Seus temas preferidos foram: a valorização da vida humana, para reaproximá-la de Deus, e a exaltação do sofrimento, porque nele está o caminho da salvação.
    Seu Sermao mais importante foi o sermao da sexagesima, n oqual ele expoe 4 metodos que utilizava em seus sermoes.Sendo eles:
    1. Definir a matéria.
    2. Reparti-la.
    3. Confirmá-la com a Escritura.
    4. Confirmá-la com a razão.
    5. Amplificá-la, dando exemplos e respondendo às objeções, aos "argumentos contrários".
    6. Tirar uma conclusão e persuadir, exortar.
    Assim Vieira trata da palavra e interroga-se da sua não frutificação, ralatando que a culpa é dos pregadaores, que não pregam de acordo com o interesse divino, mas querendo agradar as pessoas, daí o motivo da palavra não frutificar.

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  15. O barroco foi um período no qual a sociedade portuguesa passou por agitações em todos os aspectos. Diversos conflitos marcam a conjuntura histórica do período naquela região. Contrastando com o estilo clássico, no qual se buscava a perfeição e o equilíbrio, o estilo barroco era considerado um estilo irregular e desigual.
    Padre Antônio Vieira nasceu em meio a todo esse contexto, mudou-se para o Brasil ainda criança e logo em seguida entrou para o Colégio dos Jesuítas. Sua obra apresenta cerca de 200 sermões que podem ser encarados como documentos históricos.
    Vieira faz uso da retórica jesuítica trabalhando com idéias e conceitos, era um barroco conceptista, no desenvolvimento de idéias lógicas, destinadas a persuadir o público, e clássico na clareza e simplicidade de expressão. O Sermão da Sexagésima dividido em dez partes aborda a arte de pregar. Vieira critica os novos pregadores, a maneira por eles utilizada para pregar e por fim dizia que sua pregação era ineficiente. Há também certa crítica ao cultismo, outra vertente barroca. Vieira transformava sua oratória sacra, além de meio de converter os infiéis, em jogo político para manipular a opinião pública de acordo com a sua visão.

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  16. O padre Antônio Vieira è um dos principais representantes do Barroco, ele foi um do grande orador,lutou pela liberdade dos nativos no Brasil,e em Portugal defendeu a liberdade dos judeus.
    As obras de Padre Antônio Vieira se divide em:profecias,cartas e sermões. Entre os sermões podemos destacar, o Sermão da Sexagésima, também conhecido como " A palavra de Deus", ele e considerado o sermão mais importante de Padre Vieira, pois possui uma abrodagem muito polêmica sobre a arte de pregar.

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  17. A fase de inicio do barroco se deu a partir de 1580, período em que Portugal se submete ao domínio espanhol. Tem se como principais recursos do estilo barroco a metáfora, a antítese, o paradoxo, a hipérbole e o hipérbato. Como principal representante do barroco no Brasil, temos o padre Antonio Vieira, o qual em seus sermões tinha como objetivo principal catequizar o povo e pregar o evangelho. O discurso que Vieira pode ser visto como discurso portador de linguagem simples, com presença de metáforas tanto na escrita quanto na fala, para que assim chamasse mais atenção dos povos e os tornasse também mais atraentes. Vieira em seus sermões procurava expor ao homem relações entre o mundo divino e o terreno, no sermão da sexagésima em especial seus objetivos principais eram:
    1. Definir a matéria.
    2. Reparti-la.
    3. Confirmá-la com a Escritura.
    4. Confirmá-la com a razão.
    5. Amplificá-la, dando exemplos e respondendo às objeções, aos "argumentos contrários".
    6. Tirar uma conclusão e persuadir, exortar. objetivos principais eram:

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  18. Padre Antônio Vieira (1608-1697) foi uma figura de grande importância no Barroco português.Dessa forma, as suas obras dividem-se em profecias,cartas e sermões.O sermão é um discurso religioso feito no púlpito. Trata dos dogmas da religião, visando a comover, ensinar e persuadir o ouvinte. Geralmente os sermões de Vieira - maos de duzentos - são longos e muito bem elaborados. Nessa perspectiva, nota-se que o Sermão da Sexagésima foi um dos mais famosos. Os métodos utilizados por Vieira em seus em seus sermões correspondem a:
    1. Definir a matéria.
    2. Reparti-la.
    3. Confirmá-la com a Escritura.
    4. Confirmá-la com a razão.
    5. Amplificá-la, dando exemplos e respondendo às objeções, aos "argumentos contrários".
    6. Tirar uma conclusão e persuadir, exortar.
    Nesse contexto, as palavras de Vieira transformaram-no em um orador digno de fé e despertavam nos ouvintes uma paixão transformadora.

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  19. Começando a análise pela palavra barroco, percebe-se que alguns autores, O define como pedra pequena ou pérola irregular.Era empregada com o sentido pejorativo, como sinônimo de ridículo.O barroco ínfluência Na arquitetura, a escultura e a pintura, estas foram as mais influênciadas por seu estilo.Fazendo uma análise sob aspectos literários é possível encontrar o seu embrião no resnacimento, principalmente no século xxI.
    Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa no dia seis de fevereiro de 1608, é trazido para o Brasil, com a idade de seis anos.Ingressando na companhia de Jesus, ordena-se aos vinte e seis anos de idade. Ele é sem dúvida alguma , o gigante cultural da época, representando o que há de mais autêntico no barroquismo português. Padre Vieira era pregador sacro, de uma oratória perfeita,sua teoria era complicada,parte extraída de Sêneca e Quintiliano; parte da leitura dos grandes modelos da antiguidade, como Demóstenes e Cícero; e parte acrescida dos interesses da igreja. Ele tinha ideias próprias sobre a natureza interna e a finalidade dos sermões, sem desprezar a experiência dos grandes oradores e as recomendações da Igreja.
    Quanto a matéria Vieira defende a sua unidade e limitação, e a ciência seria o conhecimento profundo da matéria, a fim de que o orador chegar a conclusões próprias, para planejar e convencer com armas adequadas o auditório.Quanto ao estilo, é fácil, natural, claro e distinto.sobre sua voz, nota-se que Vieira tem a voz como um trovão do céu que assombre e faça tremer o mundo.Um dos sermões mais importante foi o Sermão da Sexagésima, sendo pois um discurso religioso, resumindo-se em a arte de pregar.Este Sermão propõe a analisar de quem era a culpa por não frutificar a palavra de Deus.Em síntese ,Padre Vieira tinha o domínio nas palavras, sabendo assim convencer e persuadir os seus ouvintes.

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  20. PADRE ANTONIO VIEIRA – O SERMÃO DA SEXAGÉSIMA
    Padre Antonio Vieira foi uma figura de grande importância no Barroco Português. As suas obras se dividem em profecias, cartas e sermões. Vieira em seus sermões procurava expor ao homem relações entre o mundo divino e o terreno. No sermão da Sexagésima em especial, seus objetivos principais eram:
    1. Definir a matéria.
    2. Reparti-la.
    3. Confirmá-la com a Escritura.
    4. Confirmá-la com a razão.
    5. Amplificá-la, dando exemplos e respondendo às objeções, aos "argumentos contrários".
    6. Tirar uma conclusão e persuadir, exortar.

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  21. O barroco, é um estilo de época que na minha concepção, tem um lugar diferenciado dos demais, pois, esse dualismo vivido no final do século XVI, ainda está presente no homem da modernidade. As dúvidas, incertezas e as crises existenciais estão impregnadas no homem, refletindo assim na sua maneira de viver.
    No século XVI, vários fatores contribuíram para o surgimento desse período tão marcante nas nossas vidas, envolvendo não só questões políticas e econômicas , mas principalmente questões religiosas, entretanto, cabe ressaltar que, nos dias de hoje, embora as questões citadas sejam mais claras e bem resolvidas, o avanço tecnológica, as descobertas e as inovações do mundo moderno ,também tornam o homem irregular e inseguro, pois o mesmo vive em um conflito constante , pois nunca consegue acompanhar o excesso de informações que surgem a cada dia.
    Analisando a obra de Vieira e pensando no contexto histórico da época, é maravilhoso ver a coragem de um homem que mesmo diante de um sistema fechado e corrupto, colocou seu pensamento com clareza e ousadia. Vieira estava bem além do seu tempo, tinha uma maneira diferente de ver o mundo e com sabedoria de um grande mestre, usou o sermão da sexagésima para criticar a própria instituição da qual ele fazia parte.
    O padre Antônio Vieira foi um exemplo para nós, e os seus sermões, em especial o da sexagésima é de uma grande riqueza literária, pois trata de uma questão atemporal, sendo assim, útil não só para aquele tempo mas também para hoje e com certeza para tempos futuros.
    Se pensarmos no semeador da parábola bíblica, perceberemos que há dois motivos de a semente não germinar, ou ela cai em um terreno ruim, ou ela é envolvida por algo metafísica, sendo denominado pelo próprio Cristo, na explicação da parábola como o diabo, que é ladrão de sementes , àquele que veio ao mundo para “matar roubar e destruir”. Assim, o bom pregador da palavra de Deus deveria tomar muito cuidado não só com o terreno , que é o coração das pessoas, mas também com o diabo que fará de tudo para impedir o agir de Deus na vida dos seres humanos, obra prima da criação.
    Entretanto se trouxermos essa parábola para nossa realidade docente, veremos que temos muitas responsabilidades com os nossos alunos, temos que estar preparados, sabendo bem o que iremos ensinar, pois o que se planta certamente será colhido, mas, principalmente estarmos atentos para os terrenos que encontraremos na nossa caminhada, pois a diversidade é uma realidade, as pessoas são diferentes e temos que tomar cuidado com o preparo do terreno, para que quando a semente for lançada ela possa germinar e dar muitos frutos

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  22. O Barroco, sem sombra de dúvidas, corresponde a um estilo extremamente dual. A característica mais marcante dessa época diz respeito à tentativa de unir os valores medievais aos valores valores resgatados pelo movimento renascentista.
    Desse modo, o homem barroco é um ser dividido entre a fé e a razão, o sagrado e o profano, a vida e morte, etc. Assim sendo, pode-se encontrar como principais características dessa época literária o dualismo, a fugacidade, o pessimismo, o feísmo e a tensão religiosa, além de encintrar nele o cultismo e o conceptismo.
    Um nome marcante do estilo tratado concerne em Pe. Antônio Vieira, o qual apresentava extraordinário domínio da língua, imaginação, sensibilidade, humanidade e convicções.
    Vieira mostrou-se conceptista e, assim como os demais barrocos, muitas vezes, foi contraditório, especialmente, na questão da escravidão. Apresenta como assuntos frequentes a valorização da vida humana para reaproximá-la de Deus e a exaltação do sofrimento, porque nela estaria o caminho para a salvação.
    No "Sermão da sexagésima", Padre Antônio Vieira, ao se utilizar da "parábola do semeador", propõe analisar o porquê de a palavra de Deus não estar frutificando na terra. Assim, critica o estilo daqueles pregadores que visam pregar para agradar aos homens e não a Deus, e chega a conclusão de que a culpa do problema é do próprio pregador.
    Padre Vieira, no "Sermão da sexagésima", trabalha os objetivos que almeja na constituição dos seus sermões: definir a matéria; reparti-la; confirmá-la com a Escritura; confirmá-la com a razão; amplificá-la, exemplificando e respondendo às objeções, e, por fim, concluir e persuadir.
    Dessa forma, no "Sermão da sexagésima", Vieira aborda a arte de pregar de maneira metafórica e eficaz.

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  23. Padre Antônio Vieira - Sermão da Sexagésima
    O sermão é um todo de 10 pequenos capítulos e é considerado seu mais importante sermão: uma crítica monumental ao estilo barroco, sobretudo ao Cultismo. Como foi pregado na Capela Real, em Portugal, podemos concluir que o auditório era particular, composto por católicos da nobreza portuguesa da época. O autor procura se aproximar do auditório dirigindo-lhe perguntas que ele mesmo, o autor, responde. O autor procurou no sermão a adesão do auditório à sua tese principal de que se não havia conversões em massa ao catolicismo na sua época era por culpa dos pregadores de então.

    O tema do Sermão da Sexagésima é a “Parábola do semeador”, tirada do Evangelho segundo São Lucas: Semen est verbum Dei (A semente é a palavra de Deus). Neste sermão, o Padre Vieira usa de uma metáfora: pregar é como semear. Vieira resume e comenta a parábola: um semeador semeou as sementes que caíram pelo caminho, pelas pedras ou entre os espinhos. Apenas parte delas caiu em terra boa. Nele Vieira usa de uma metáfora: pregar é como semear. Traçando paralelos entre a parábola bíblica sobre o semeador que semeou nas pedras, nos espinhos (onde o trigo frutificou e morreu), na estrada (onde não frutificou) e na terra (que deu frutos), Vieira critica o estilo de outros pregadores contemporâneos seus (e que muito bem caberia em políticos atuais), que pregavam mal, sobre vários assuntos ao mesmo tempo (o que resultava em pregar em nenhum), ineficazmente e agradavam aos homens ao invés de pregar servindo a Deus. Vieira examina a culpa do pregador, considerando sua pessoa, sua ciência, a matéria e o estilo de seus sermões e sua voz.

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  24. Barroco em Portugal

    O estilo barroco nasceu da crise de valores renascentistas ocasionada pelas lutas religiosas e pela crise econômica vivida em conseqüência da falência do comércio com o Oriente. O homem do Seiscentismo vivia um estado de tensão e desequilíbrio, do qual tentou evadir-se pelo culto exagerado da forma, sobrecarregando a poesia de figuras, como a metáfora, a antítese, a hipérbole e a alegoria. O tempo barroco denomina genericamente todas as manifestações artísticas dos anos 1600 e início dos anos 1700. Além da literatura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época.

    Barroco em Portugal

    O Barroco desenvolveu-se dentro de um período que alternava momentos de depressão e pessimismo com instantes de euforia e nacionalismo. É uma época de crise, turbulência e incertezas que serviu de inspiração para uma arte dinâmica, violenta, perturbada, diferente da clareza, do racionalismo e da serenidade desejados pelos clássicos.

    É a arte do conflito, do contraste, do dilema, da contradição e da dúvida. Reflete o conflito entre a herança humanista, renascentista, racionalista e clássica do homem quinhentista (século XVI) e o espírito medieval, místico, religioso, exacerbado pela Contra-Reforma Católica. Expressa, na irregularidade de suas formas contrastantes, o conflito espiritual entre: fé e razão, teocentrismo e antropocentrismo, ceticismo e mundanismo, misticismo e sensualismo, céu e terra, alma e corpo, espírito e carne.

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  25. Como principal representante do barroco no Brasil, temos o padre Antonio Vieira, o qual em seus sermões tinha como objetivo principal catequizar o povo e pregar o evangelho. Vale ressaltar que Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa no ano de 1608 e veio com a sua família para o Brasil, mais precisamente para a Bahia, em 1614, quando tinha apenas seis anos de idade. Pouco tempo depois, ingressou no Colégio dos Jesuítas, do qual não mais se afastou. Seu primeiro sermão foi o Sermão XIV da série Maria, Rosa Mística, pregado em 1633, e dois anos após, foi ordenado sacerdote. Em relação ao Sermão da Sexagésima, Vieira expôs o método4 que adotava nos seus sermões:
    1. Definir a matéria.
    2. Reparti-la.
    3. Confirmá-la com a Escritura.
    4. Confirmá-la com a razão.
    5. Amplificá-la, dando exemplos e respondendo às objeções, aos "argumentos contrários".
    6. Tirar uma conclusão e persuadir, exortar.
    Neste sermão Vieira faz uma critica aos pregadores, dizendo que seus sermões eram ineficientes, além de criticar o cultismo também.

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  26. Barroco em Portugal e Padre Antonio Vieira
    Em Portugal, o barroco é marcado por um período conflituoso, cheio de turbulências político-econômica, social, religiosa e também com o Mito do Sebastianismo no qual D. Sebastião desaparece na Batalha de Alcácer Quibir, mas voltaria para transformar Portugal no Quinto Imperio. O rei da Espanha, Filipe II realiza a integração de Portugal ao império espanhol.
    O Barroco é também conhecido como estilos das artes seiscentistas. A origem do termo “barroco” está relacionada com uma perola de forma irregular conhecida como perola barroca.
    A marca desse estilo é expressa no pessimismo, no desequilíbrio entre a razão e a emoção, na dualidade, na irregularidade, no conflito do próprio homem; valorizando o espiritual, o exagero de detalhes e cores, no jogo de sombras e luzes e nas linhas diagonais, curvas e assimétricas.
    Na literatura predomina as figuras de linguagem como a metáfora, revelando a tendência do barroco à alusão à descrição indireta; a hipérbole expressando a perplexidade diante do mundo e da vida, a antítese e o paradoxo, exprimindo a coexistência angustiada de idéias e sentimentos opostos e contraditórios e o hipérbato, refletindo na inversão da frase as contorções da alma.
    O barroco também apresenta duas tendências básicas: o cultismo e o conceptismo, que constituem estilos diferentes. O cultismo que devido às influências do poeta espanhol D. Luís de Góngora é também chamado de Gongorismo. O autor cultista recorre ao jogo de palavras e imagens, ao uso exagerado das figuras de linguagem, como antíteses, metáforas, dentre outros.
    O conceptismo é também influenciado por um poeta espanhol, o Francisco Quevedo, sendo chamado de Quevedismo. Este estilo utiliza mais da razão que dos sentidos. O autor conceptista cria raciocínios engenhosos, usa o jogo de idéias e de conceitos, visando ao convencimento à argumentação.

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  27. Grande autor que mais se destaca nesse período é o Padre Antonio Vieira que pertenceu ao barroco português e brasileiro, sendo o maior orador sacro.
    Suas principais obras são os Sermãos, organizados em 16 volumes, com aproximadamente 200 sermões; as Cartas cerca de 500, publicadas em 3 volumes. As duas obras publicadas postumamente, sobre o futuro de Portugal que são: Historia do futuro e Esperanças de Portugal.
    Padre Antonio Vieira nasceu em 1608, mas em 1614 mudou-se com a família para a Bahia. Ingressou no Colégio dos Jesuítas onde posteriormente sentiu uma grande vocação religiosa. Inicia-se no púlpito em 1633, com o Sermão XIV da serie Maria, Rosa Mística, anos após foi ordenado sacerdote. O Padre teve importante papel na política de Portugal, tornando-se visível em seus sermões.
    Uma das obras de mais destaque do Padre Vieira é o Sermão da Sexagésima que foi pregado em 1655, na Capela Real em Lisboa, nele o padre diz como o sermão deve ser adotado por todos os pregadores que tem a intenção de persuadir seus ouvintes. Alem disso, percebe-se a crítica do Padre Vieira aos pregadores cultistas, que deixam de lado o caráter real do sermão. Embora ele próprio utilize os recursos do cultismo, é um autor conceptista.
    A temática do sermão é baseada na indagação se a palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus tem hoje tantos pregadores, por que não vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus? É através dessa dúvida que o Padre Vieira apresenta a estrutura ideal para um sermão eficiente.
    1. Definir a matéria.
    2. Reparti-la.
    3. Confirmá-la com a Escritura.
    4. Confirmá-la com a razão.
    5. Amplificá-la, dando exemplos e respondendo às objeções, aos "argumentos contrários".
    6. Tirar uma conclusão e persuadir, exortar.
    É curioso o fato do próprio Padre Vieira usa tais recursos na construção do seu próprio sermão, e também que o seu objetivo não era baseado apenas em persuadir os demais pregadores, mas também em instruí-los na elaboração do sermão.
    Para solucionar a indagação Padre Viera aponta três fatores da não frutificação da palavra que são o pregador, o ouvinte e o próprio orador. Usando metáforas, paralelismo e analogias com parábolas, ele chega a conclusão que o pregador é responsável por essa não frutificação da palavra. Considerando que tais pregadores buscavam obter efeitos literários, descaracterizando o efeito moral do sermão.

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  28. o que padre vieira pretendia alcançar com seus sermoes?

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