terça-feira, 14 de abril de 2015

BOCAGE


BOCAGE, POETA DA LIBERDADE
Texto publicado em  http://purl.pt/1276/1/liberdade.html

Reclama o teu poder e os teus direitos
Da Justiça despótica extorquidos."
Bocage viveu numa época de crise evidente. A economia era frágil, o ouro do Brasil esvaía-se no luxo desenfreado da Corte, o erário público era delapidado pelas despesas abissais da marinha e do exército. As amplas e radicais reformas encetadas pelo Marquês de Pombal foram sistematicamente subvertidas. O povo indigente gemia a sua impotência.
Em França, vivia-se um período extremamente conturbado. A revolução tinha varrido a nobreza, Luís XVI e Maria Antonieta foram decapitados e os ventos que apregoavam os ideais de Liberdade, igualdade e fraternidade faziam-se ouvir com fragor. Os centros de convívio lisboeta eram palco de subversão, discutia-se acesamente nos cafés e nos botequins as vicissitudes da revolução francesa, criticava-se abertamente o poder e a situação política nacional, imprimiam-se "papéis sediciosos", aguardava-se com ansiedade os livros revolucionários que chegavam a Portugal pelos portos de Setúbal e de Lisboa.
Devido à impotência da rainha D. Maria I, que enlouquecera, o poder estava amplamente concentrado nas mãos do Intendente, Diogo Inácio de Pina Manique, político que instaurou um autêntico estado policial, velando pela "ordem", proibindo livros dos filósofos franceses iluministas – Diderot, Voltaire, Rousseau, entre outros –, vigiando portos, disseminando agentes pelos cafés, os "Moscas", que, discretamente, identificavam os "fautores da subversão", os críticos mais acérrimos da política portuguesa.
Em 1790, Bocage regressa a Portugal na sequência de uma estada agitada pelo Oriente. Para trás ficara uma experiência marcante em contacto com culturas díspares como a brasileira, a moçambicana, a indiana, a chinesa e a macaense. Os ideais de solidariedade social implícitos na revolução que se consolidava em França exerciam sobre ele um apelo inelutável.
Em Lisboa, nos dez anos subsequentes, levou uma vida de boemia, de franco convívio com o "bas-fond" da cidade. A sua peculiar experiência de vida, a irreverência, a extroversão, a emotividade, a frontalidade, a ironia, a percepção aguda da realidade e o imenso talento que o caracterizavam, de imediato, lhe granjearam um séquito de admiradores incondicionais. No "Botequim das Parras", no "Café Nicola" e noutros lugares de encontro dos noctívagos lisboetas, Bocage foi rubricando críticas aceradas aos múltiplos problemas nacionais, ao despotismo de Pina Manique, ao ambiente de suspeição em que se vivia, à natureza do regime e à ausência dos direitos humanos mais elementares.
Por outro lado, nesta fase da sua vida, Bocage, para além da poesia lírica, compôs poemas de carácter satírico contemplando pessoas do regime, tipos sociais e o clero, facto que não agradou obviamente ao poder. Poemas como "Liberdade, onde estás? Quem de demora?", "Liberdade querida e suspirada", "Pavorosa Ilusão da Eternidade" ou um outro em que faz explicitamente o louvor de Napoleão, paradigma da revolução francesa, e a crítica do Papa conduziram-no à prisão, por crime de lesa-majestade. No Limoeiro, vivendo em condições infra-humanas, moveu as suas influências e beneficiou da amizade do ministro José de Seabra da Silva e da sua popularidade. Três meses mais tarde, era entregue à Inquisição, já sem o poder discricionário que outrora tivera, sob a acusação de impiedade. Dos cárceres da Inquisição passou para o Mosteiro de S. Bento, como comprova o respectivo "Dietário", referente a 1798:
"A 17 do presente mês de Fevereiro foi mandado para este Mosteiro pelo Tribunal do Santo Ofício o célebre poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage, bem conhecido nesta corte pelas suas Poesias e não menos pela sua instrução. Tinha sido preso pela Intendência, e ele reclamara para o Santo Ofício, onde esteve até ser mandado para este Mosteiro." No mesmo livro, no capítulo relativo ao mês de Março, é mencionado o facto de o Abade do Mosteiro ter recebido uma carta do Tribunal do Santo Ofício, dando por finda a reclusão do poeta, por determinação de sua Majestade, e exigindo a sua transferência para o Hospício das Necessidades. Tudo leva a crer que o escritor fora tratado com excessiva brandura no Mosteiro de S. Bento, incompatível com a "reeducação" que Pina Manique animosamente prescrevera. A 22 de Março de 1798, Bocage deu entrada no Hospício das Necessidades, em regime de vigilância apertada, sem poder, segundo ofício de Pina Manique, "sair fora sem nova ordem, nem comunicar com pessoa alguma de fora, à excepção dos Religiosos Conventuais [...], andando em liberdade no mesmo Hospício, sem que venha abaixo às Portarias e à mesma Igreja, e nas horas de recreação poderá ir à Cerca na companhia dos Religiosos e Conventuais e assistir no Coro a todos os ofícios". Acrescentava ainda o ditador: “[...] O Príncipe nosso Senhor espera que com estas correções que tem sofrido tornará em si e aos seus deveres, aproveitando os seus distintos talentos com os quais sirva a Deus nosso Senhor, a S. Majestade e ao Estado, e útil a si, dando consolação aos seus verdadeiros amigos e parentes, que o vejam entrar em si verdadeiramente, abandonando todos os vícios e prostituições em que vivia escandalosamente."
Pouco durou esta reclusão. Mais uma vez o seu carisma e o seu reconhecido talento prevaleceram. Porém, a saga de Bocage com a Inquisição reacendeu-se em 1802, tendo sido aberto novo processo por denúncia feita por Maria Theodora Severiana Lobo que o acusava de pertencer à Maçonaria. Por falta de provas e provavelmente devido à saúde fragilizada do escritor, o referido processo, que pode ser consultado na Torre do Tombo, foi arquivado. Um último aspecto é digno de menção: a censura perseguiu Bocage durante toda a sua vida. Muitos versos foram cortados, outros ostensivamente alterados, poemas houve que só postumamente viram a luz do dia. Compreende-se plenamente o seu anseio desesperado: "Liberdade, onde estás? Quem te demora?"
Daniel Pires
(extraído de Exposição biobibliográfica comemorativa dos 230 e dos 190 anos do nascimento e da morte de Bocage. Setúbal: C.M.S., 1995)

ARCADISMO EM PORTUGAL II

Neste período literário,  o ARCADISMO tem uma visão de mundo baseada na ciência como único meio de explicar e modificar o mundo. Com isso, a razão passa a ser a base do conhecimento humano, assim, desprezando a religiosidade pregada pelo período anterior, o Barroco.
Na poesia árcade, destaca-se Manuel Maria Barbosa du Bocage que viveu entre 1765 e 1805 e foi o poeta mais importante desse período. Assim como Camões e outros poetas portugueses, Bocage viveu várias experiências amorosas, aventuras em colônias portuguesas no Oriente, na Índia (anagrama: Goa) e na China (anagrama: Macau). Frequentou companhia militares, guerreou, naufragou, foi preso pela Inquisição por sua poesia erótica e morreu pobre. Bocage fez parte da Nova Arcádia, onde foi apelidado de Elmano Sadino.
Na poesia satírica, onde o poeta ficou mais conhecido, Bocage escreveu a famosa obra A Pena de Talião e na poesia lírica apresenta duas fases, sendo a primeira a arcádica que é marcada por regras e restrita ao espírito árcade; a segunda é a pré-romântica caracterizada por uma poesia emotiva, solitária e confidente e o tema morte predomina em toda a obra, acompanhado de fatalismo e pessimismo em relação ao mundo.
A obra de Bocage revela o momento histórico de transição entre o arcadismo e o romantismo. Esse momento foi marcado pela Revolução Francesa, 1789, e pelo florescimento do Romantismo. Portanto, a obra do poeta não é árcade nem romântica, é transitória e tem características dos dois períodos literários.

O arcadismo veio para equilibrar o exagero e a dualidade do barroco e foi seguido por uma fase romântica e realista. Portanto, assim como na vida, a literatura se desequilibra para suceder períodos equilibrados que façam o homem perceber valores distintos. Tanto no barroco, no arcadismo e no romantismo, o homem confrontou tudo e todos para tentar chegar a um equilíbrio por meio da razão. E para que esse equilíbrio? Se a perfeição realmente existe, só pode ser alcançada por meio do equilíbrio.

ARCADISMO EM PORTUGAL

O Arcadismo (ou Neoclassicismo) surge em 1756 com a fundação da Arcádia Lusitana: movimento de reação ao Barroco. O Arcadismo procurava restabelecer o equilíbrio, a harmonia e a simplicidade da literatura renascentista, rompida pelo período da contra-reforma protestante. Com a proposta de eliminar os rebuscamentos e os ornamentos exagerados da estética barroca, o poeta árcade baseia-se nos preceitos do Iluminismo (movimento filosófico de bases racionalistas e antirreligiosas). 
O movimento literário do século XVIII desponta em meio a momentos marcantes da história mundial. Como o Iluminismo (movimento cultural da elite europeia que visava ao esclarecimento – século das Luzes –, levando ao espírito enciclopédico: difusão do conhecimento); a Independência dos Estados Unidos (1776); a Revolução Francesa (1789), que pregava os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade; a Inconfidência Mineira (1789),  movimento que busca a independência do Brasil em relação a Portugal; a Economia: desenvolvimento industrial e comercial; o Despotismo esclarecido do Marquês de Pombal; e a Fundação da Arcádia Lusitana (1756 – Academia Literária de Portugal).
A poesia árcade repudiava as coisas inúteis e valorizava o contato com a natureza, símbolo de felicidade e harmonia. Seus cenários são as paisagens campestres e bucólicas, em contraste com o avanço industrial e a realidade social estabelecida na época. Destaca-se o uso de frases latinas, como Carpe diem e Aurea Mediocrita, além de pseudônimos gregos e latinos adotados pelos poetas árcades.
Este período literário tem uma visão de mundo baseada na ciência como único meio de explicar e modificar o mundo. Com isso, a razão passa a ser a base do conhecimento humano, assim, desprezando a religiosidade pregada pelo período anterior, o Barroco.
Na poesia árcade, destaca-se Manuel Maria Barbosa du Bocage que viveu entre 1765 e 1805 e foi o poeta mais importante desse período. Assim como Camões e outros poetas portugueses, Bocage viveu várias experiências amorosas, aventuras em colônias portuguesas no Oriente, na Índia (anagrama: Goa) e na China (anagrama: Macau). Frequentou companhia militares, guerreou, naufragou, foi preso pela Inquisição por sua poesia erótica e morreu pobre. Bocage fez parte da Nova Arcádia, onde foi apelidado de Elmano Sadino.
Na poesia satírica, onde o poeta ficou mais conhecido, Bocage escreveu a famosa obra A Pena de Talião e na poesia lírica apresenta duas fases, sendo a primeira a arcádica que é marcada por regras e restrita ao espírito árcade; a segunda é a pré-romântica caracterizada por uma poesia emotiva, solitária e confidente e o tema morte predomina em toda a obra, acompanhado de fatalismo e pessimismo em relação ao mundo.
A obra de Bocage revela o momento histórico de transição entre o arcadismo e o romantismo. Esse momento foi marcado pela Revolução Francesa, 1789, e pelo florescimento do Romantismo. Portanto, a obra do poeta não é árcade nem romântica, é transitória e tem características dos dois períodos literários.
O arcadismo veio para equilibrar o exagero e a dualidade do barroco e foi seguido por uma fase romântica e realista. Portanto, assim como na vida, a literatura se desequilibra para suceder períodos equilibrados que façam o homem perceber valores distintos. Tanto no barroco, no arcadismo e no romantismo, o homem confrontou tudo e todos para tentar chegar a um equilíbrio por meio da razão. E para que esse equilíbrio? Se a perfeição realmente existe, só pode ser alcançada por meio do equilíbrio.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Segundo o crítico Alfredo Bosi, em seu livro História Concisa da Literatura Brasileira (São Paulo: editora Cultrix, 2006), houve dois momentos do Arcadismo no Brasil: 
a) poético: com o retorno à tradição clássica com a utilização dos seus modelos e  a valorização da natureza e da mitologia. 
b) ideológico: influenciado pela filosofia presente no Iluminismo, que traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero.
Bucolismo/Pastoralismo: a poesia árcade retrata uma natureza tranquila e serena, procurando o “Lócus Amoenus”, um refúgio calmo que se contrastava com os centros urbanos monárquicos. O burguês culto buscava na natureza o oposto da aristocracia.
Aurea Mediocritas: os poetas, autointitulados pastores, exaltavam a vida simples, equilibrada, espontânea e humildade. Para ser feliz, bastava estar em comunhão com a natureza.
Pseudônimos pastoris: o fingimento poético (simulação de sentimentos fictícios) é marcado pela utilização dos pseudônimos pastoris. Como pastores, os poetas, em sua maioria burgueses que vivam nos centros urbanos, realizavam o ideal da mediocridade dourada (aurea mediocritas).
Carpe diem: significa aproveitar o dia, viver o momento com grande intensidade. Foi a atitude assumida pelos poetas-pastores, que acreditavam que o tempo não parava e, por isso, deveria ser vivido plenamente em todos os sentidos. 
Fugere Urbem: os árcades buscavam uma vida simples, próxima da natureza, longe das confusões urbanas. A modernização das cidades trazia os problemas dos conglomerados urbanos. A alternativa era mudar-se para os prados e campos. 
Inutilia Truncat/Objetivismo: as inutilidades eram cortadas. A linguagem era depurada, sem exageros ou o rebuscamento da poesia barroca. Os poetas árcades eram contidos em sua expressão poética. 
Universalismo: os árcades não compactuam com o individualismo. Tratam dos temas de maneira geral ou universal. 


Principais autores do Arcadismo:
Manuel Maria Barbosa du BOCAGE (português) – poeta de transição entre o Arcadismo e o Pré-Romantismo.

No Brasil, temos Cláudio Manuel da Costa, 
Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama, Santa Rita Durão, Silva Alvarenga.
Leia o Soneto que se segue.
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.  

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.    
    
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, 

Aqui descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.

Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.


Saiba que a  oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia. O poeta, ao retornar de Portugal (Metrópole) para o Brasil (Colônia), vive a dicotomia entre cidade e campo, temática da poesia árcade.  Portugal representa a civilidade, enquanto o Brasil, a rusticidade, o bucolismo dos “montes” e “outeiros”. 


sexta-feira, 10 de abril de 2015

PLANO DE ENSINO LITERATURA PORTUGUESA II - DO ARCADISMO AO REALISMO

Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES
Pró-Reitoria de Ensino - Coordenadoria de Graduação
Centro de Ciências Humanas – CCH
Curso de Letras Português

PLANO DE ENSINO

ANO

SEMESTRE
2015
       [X] 1º          [  ] 2°

DEPARTAMENTO

TURNO

Comunicação e Letras

[   ] Matutino   [ x ]Vespertino   [   ] Noturno

CURSO
PERÍODO/SÉRIE

Letras-Português

[ 1º] Período
DISCIPLINA
CARGA HORÁRIA

Língua Portuguesa

TOTAL
72 h/a
SEMANAL
04 h/a
PROFESSORA
CIDADE

Dra. Maria Generosa Ferreira Souto

Montes Claros - MG

EMENTA

Do Arcadismo ao Realismo.
OBJETIVOS  GERAIS


Analisar, descrever e explicar diacrônica e sincronicamente a estrutura e o funcionamento das estéticas literárias, objeto de estudo da literatura portuguesa do Arcadismo ao Realismo em Portugal, sendo capaz de propor estratégias de ensino-aprendizagem desta literatura de forma interdisciplinar.

Alcançar domínio ativo e crítico de um repertório representativo dos textos literários da literatura portuguesa dentro do recorte temporal contemplado: do Arcadismo ao realismo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Estudar  as  Teorias da Literatura Portuguesa, observando a natureza e a função dos discursos literários entre mídias impressas e tecnológicas, para a questão da interdisciplinaridade e da  hipertextualidade.
- Estudar a representação da literatura entre textos literários portugueses;
- Apreender aspectos  de hipertextualidade nos textos literários.
- Analisar narrativas correlacionando, em torno de um núcleo central de idéias, a organização de seus elementos estruturais: ponto de vista, personagens, enredo, tempo, espaço.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1.       ARCADISMO em Portugal: a produção literária de Bocage e outros nomes relevantes.
2.       Ecos do Iluminismo em Portugal. A laicização da cultura: Luís Antônio Verney e o Verdadeiro Método de Estudar. O nascimento das Arcádias: a Arcádia Lusitana. Árcades portugueses: M. M. du Bocage (Elmano Sadino), Marquesa de Alorna ( Alcipe), Pe. Caldas Barbosa (Lereno Selinuntino), Pe. Francisco Manuel do Nascimento (Filinto Elísio).
3.        ROMANTISMO (1ª Fase em Portugal): Contexto histórico e ideológico do romantismo na Europa: nacionalismo e revolução.
4.       O lirismo pré-romântico e o drama histórico de Almeida Garret (Victor Hugo).
5.       O romance histórico de Alexandre Herculano (Sir Walter Scott). 
6.       Visão sincrônica: (2ª Fase do Romantismo em Portugal): A estética ‘noir’ do ultra-romantismo (Goethe, Lord Byron).
7.       Visão sincrônica: “O spleen niilista em Álvares de Azevedo e Soares de Passos.
8.       A ‘novela passional’ de Camilo Castelo Branco. Visão sincrônica: A composição da heroína romântica em Camilo e Balzac.
9.        3ª Fase do Romantismo em Portugal: A diluição das características Românticas e o pré-realismo. O ‘romance de costumes’ em Júlio Dinis.
10.    Das relações entre literatura  portuguesa e tradução literária: mush-ups literários.
11.    O herói e o anti-herói.
12.    A rivalidade entre irmãos (gêmeos e não gêmeos).
13.    REALISMO em Portugal. As manifestações literárias de Antero de Quental, Eça de Queirós e Cesário Verde.
14.    Estudo da narrativa (na literatura, no cinema, nos quadrinhos, nas  adaptações p/adolescentes, nos jogos).
15.    Leituras de romances nas mídias(HQ, Blog, Flipbook, Livroclip). Análise de textos literários que tratam de alteridade.
METODOLOGIA/ ATIVIDADES DIDÁTICAS
METODOLOGIA/ ATIVIDADES DIDÁTICAS


- Aulas expositivas dialogadas; Debates; Apresentação de trabalho – individual e em grupo; Seminários;
- Pesquisas online; - Leitura dos textos e fichamentos; -Escrita e reescrita de artigos e ensaios.
Mídias na Educação: Discussões circulares, GVGV, Phillips 66, comentários, através dos recursos tecnológicos: Internet, Blog, Facebook, Aulas interativas, Fóruns de Debates.


ESTRUTURA(S) DE APOIO/RECURSOS DIDÁTICOS
-    Quadro e giz
-          Textos teóricos e críticos
-          Textos literários
-          Datashow/Vídeos
-          Bibliotecas Virtuais, DVD/filmes, CD-Rom
-     Mídias na educação: Internet, weblog.
AVALIAÇÃO
Aspectos a serem avaliados
Instrumentos de avaliação
-          Assiduidade e pontualidade;
-          Iniciativa e interesse;
-          leituras dos textos críticos e/ou literários e fichamentos dos mesmos;
-          Conhecimento e domínio de conteúdos estudados;
-     Discussão e crítica das leituras realizadas.
-     Participação nos debates e comentários críticos e analíticos nos espaços virtuais (Blogs interativos da disciplina e dos acadêmicos)

-          02 Provas escritas (individuais)=50,0;
-          Trabalhos individuais e/ou em grupos = 50,0 pontos, subdivididos em:
a)       Resumos,
b)        Leitura e fichamentos dos textos;
c)        Resenhas;
d)        Ensaios;
e)        Debates e comentários nos blogs;
f)         Apresentações orais;
g)       Seminários.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bibliografia básica

Bibliografia Básica
ABDALA-JR, Benjamin; PASCHOALIN, Maria Aparecida. História social da literatura portuguesa. São Paulo, Ática, 1990.
MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. 25 ed. São Paulo, Cultrix, 1999.
SARAIVA, Antônio José; LOPES, Oscar. História da literatura portuguesa. Porto: Ed. Porto, 2001.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
Bibliografia Complementar
MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa. São Paulo, Cultrix, 2010.
MOISES, Massaud. Pequeno dicionário de literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix,1987.
MONGELLI, Lênia Márcia de M. et al. A literatura portuguesa em perspectiva. São Paulo: Atlas, v. 1-3, 1992.
Montes Claros, 23 de fevereiro de 2015.

Maria Generosa Ferreira Souto


sexta-feira, 28 de junho de 2013

ATIVIDADE NO BLOG(LISTA DOS ALUNOS QUE PARTICIPARAM DA MÍDIA)

Atenção, acadêmicos do 5º período de Letras/Noturno,Unimontes.


Avaliei os trabalhos de 28 acadêmicos. Apenas aqueles que fizeram as postagens neste Blog, conforme a nossa combinação.


Vejamos, pois, os seus nomes:

1. Italo
2. Maricelma
3. Elizabeth
4. Samara Pereira Baleeiro Rocha
5. Francisca Carolina
6. Bruna Géssica
7. Hayamy
8. Priscilla
9. Cecília
10. Odarah
11. Sinvagna
12. Carlos
13. Mariane
14. Sueli
15. Edilene
16. Camila
17. Nayara
18. Andreia
19. Thalissa
20. Sarah
21. Ana Conceição
22. Rafael Ramon
23. Heliene
24. Vera
25. Simião
26. Samara Márcia
27. Raquel Santos
28. Graziela de Queiroz

Caso tenha ficado algum nome sem ser mencionado, gentileza entrar em contato conosco.

Grande abraço,

Profa. Generosa Souto.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

ATIVIDADE AVALIATIVA(ROMANTISMO - REALISMO - NATURALISMO)


Prezado aluno,

Você deverá responder às atividades propostas, que se subdividem em TRÊS partes. Responda aqui mesmo neste BLOG.Iremos verificar os alunos que visitaram o ESPAÇO, porque a sua identificação ficará registrada nos comentários.

Boa leitura e boa escrita.


PARTE I - ATIVIDADE SOBRE ROMANTISMO



1. O trecho a seguir é parte do poema “Mocidade e morte”, do poeta romântico Castro Alves:

Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh'alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n'amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
–– Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida.
Mas uma voz responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.
(Castro Alves)


Esse poema, como o próprio título sugere, aborda o inconformismo do poeta com a antevisão da morte prematura, ainda na juventude. A imagem da morte aparece na palavra:
(A) embalsama.
(B) infinito.
(C) amplidão.
(D) dormir.
(E) sono.

2. O retorno à Idade Média foi, em Portugal, manifestação de uma característica do Romantismo.
a) Que característica foi essa?
b) Qual a manifestação correspondente no Romantismo brasileiro?

3.O texto abaixo apresenta, basicamente, três partes: a realidade, o sonho e a realidade novamente. Aponte o início e o fim de cada uma das partes. Compare as duas partes relativas à realidade com a parte relativa ao sonho.


Oh! ter vinte anos sem gozar de leve
A ventura de uma alma de donzela!
E sem na vida ter sentido nunca
Na suave atração de um róseo corpo
Meus olhos turvos se fechar de gozo!
Oh! nos meus sonhos, pelas noites minhas
Passam tantas visões sobre meu peito!
Palor de febre meu semblante cobre,
Bate meu coração com tanto fogo!
Um doce nome os lábios meus suspiram,
Um nome de mulher... e vejo lânguida
No véu suave de amorosas sombras
Seminua, abatida, a mão no seio,
Perfumada visão romper a nuvem,
Sentar-se junto a mim, nas minhas pálpebras
O alento fresco e leve como a vida
Passar delicioso... Que delírios!
Acordo palpitante... inda a procuro:
Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas
Banham meus olhos, e suspiro e gemo...
Imploro uma ilusão... tudo é silêncio!
Só o leito deserto, a sala muda!
Amorosa visão, mulher dos sonhos,
Eu sou tão infeliz, eu sofro tanto!
Nunca virás iluminar meu peito
Com um raio de luz desses teus olhos?

4. (FUVEST-SP)
I.Pálida à luz da lâmpada sombria
Sobre o leito de flores reclinada
Como a lua por noite embalsamada
Entre as nuvens do amor ela dormia!

II.Uma noite, eu me lembro... ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço no tapete rente.

Os dois textos apresentam diferentes concepções da figura da mulher. Se ambos os textos são românticos, como explicar a diferença no tratamento do tema? Apontar nos dois textos situações contrastantes que revelam essas diferentes concepções.

5. Cite um fato histórico que influenciou o Romantismo.

6. O romantismo está relacionado com o surgimento de um novo público leitor. Qual?

7. Leia o texto de Álvares de Azevedo a seguir e responda as questões propostas:

Idéias Íntimas (fragmentos)
“Parece-me que vou perdendo o gosto
(...) Passo as noites aqui e os dias longos;
Dei-me agora ao charuto em corpo e alma;
(...) Meu pobre leito! Eu amo-te contudo!
Aqui levei sonhando noites belas;
As longas horas olvidei libando
Ardentes gotas de licor doirado,
Esqueci-as no fumo, na leitura
Das páginas lascivas do romance...

Meu leito juvenil, da minha vida
És a página d’oiro. Em teu asilo
Eu sonho-me poeta, e sou ditoso,
E a mente errante devaneia em mundos
Que esmalta a fantasia! Oh! Quantas vezes
Do levante sol entre odaliscas
Momentos não passei que valem vidas!
Quanta música ouvi que me encantava!
Quantas virgens amei!(...)
Ó meus sonhos de amor e mocidade,
Por que ser tão formosos, se devíeis
Me abandonar tão cedo... e eu acordava
Arquejando a beijar meu travesseiro?

Parece que chorei... Sinto na face
Uma perdida lágrima rolando...
Satã leve a tristeza! Olá, meu pajem,
Derrama no meu copo as gotas últimas
Dessa garrafa negra...

(...) E no cérebro passam delirosos
Assomos de poesia... Dentre a sombra
Vejo num leito d’oiro a imagem dela
Palpitante, que dorme e que suspira,
Que seus braços me estende...

Eu me esquecia:
Faz-se noite; traz fogo e dois charutos
E na mesa do estudo acende a lâmpada...”

a) Destaque os versos do poema que, ironicamente, destroem a idealização amorosa.

b) Pode-se entender, por meio da última estrofe do poema, que a viagem foi encerrada? Por quê?

c) Que tipo de visão o eu lírico tem quando sob os efeitos do álcool?

d) De que modo o eu lírico tornava as “longas
horas” menos dolorosas?

e) Que sonhos criava quando se encontrava no leito?


8. Leia o texto e assinale falsa ou verdadeira.

“Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
- Foi poeta – sonhou – e amou na vida.”

a) os versos fazem parte de um longo poema de Gregório de Matos.
b) Mostram como Álvares de Azevedo foi marcado pelo tema da morte e da solidão.
c) São típicos da poesia Pau Brasil.
d) Definem o poeta tal qual o concebia o Realismo.
e) São típicos do Mal do Século.


9. “Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embaladas!
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!”

a) transcreva as expressões que mergulhem a mulher num mundo irreal, idealizado e distante.

10. No poema do exercício anterior , observamos que a mulher aparece frequentemente na poesia de Álvares de Azevedo como figura:
a) sensual
b) concreta
c) próxima
d) natural
e) inacessível

11. “Ó guerreiros da Tribo Tupi
Ó guerreiros, meus cantos ouvi.”A geração da poesia romântica aí representada é:
a) pré-romântica
b) social
c) indianista
d) mal do século
e) ultra-romântica

12. Assinale o contexto histórico do período do Romantismo:
a) Iluminismo
b) Revolução Francesa
c) Inconfidência Mineira
d) Impeachment do Collor
e) Descobrimento do Brasil

13. O Romantismo está relacionado com o surgimento de um novo público leitor. Qual é essa classe?
a) burguesia
b) senhores feudais
c) nobreza
d) escravo
e) fazendeiro

14. Marque a alternativa que não caracteriza a estética romântica:
a) subjetivismo
b) primado do sentimento
c) culto à natureza
d) pessimismo
e) objetivismo

15. A impossibilidade de realizar o sonho absoluto do Eu gera inquietude, desespero, frustração, que levam às vezes ao suicídio, refletindo a evasão na morte, solução definitiva para o:
a) culto ao real
b) nacionalismo
c) culto ao fantástico
d) mal do século
e) indianismo

16. “Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.”
O fragmento acima, de um poema de Gonçalves Dias caracteriza o:
a) nacionalismo
b) mal do século
c) culto ao fantástico
d) pessimismo
e) fantasmagórico

17. Sobre o Romantismo brasileiro é correto afirmar que:
a) teve como obra inicial Iracema, de José de Alencar
b) trata da temática sagrado X profano
c) tem como contexto histórico o Iluminismo
d) de modo geral, os poetas têm uma visão da mulher de forma real, não idealizada
e) em sua segunda fase, apresentou poetas cuja inclinação para o mistério e a morte os colocava sobre o clima do “mal do século”

18. Assinale a alternativa em que se encontram características do movimento literário ao qual se dá o nome de Romantismo:
a) predomínio da razão
b) busca de temas nacionais, sentimentalismo e imaginação
c) arte pela arte
d) desejo de expressar a realidade objetiva
e) imitação dos antigos gregos e romanos


Leia o poema abaixo para responder as questões 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25 e 26.

Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso Céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
(Gonçalves Dias)
Portugal, julho de 1843.

19. Explique o título do poema.

20. Esse poema ilustra uma característica básica do Romantismo. Qual? Justifique sua resposta com fragmentos do poema.

Observe agora que o poema está organizado a partir da oposição entre dois espaços; a pátria – com os elementos que a caracterizam – e o exílio.

21.Que palavras do texto evidenciam essa antítese?

22.Como é cada um desses espaços para o eu lírico?

23.Que sentimentos ele manifesta em relação à pátria?

24.Esses sentimentos são expressos sobretudo em relação à natureza brasileira: palmeiras, sabiá, bosques e etc. o eu lírico é objetivo e imparcial ao descrever essa natureza? Por quê?

25. Onde é lá? E cá?

26.O Nativismo significa a presença, nos textos literários, de alguns vestígios da natureza ou da vida social do Brasil. Nacionalismo, por sua vez, é um conceito mais amplo, porque envolve a idéia de nação, povo e de uma identidade cultural que os represente. Você acha que o poema de Gonçalves Dias é nativista ou nacionalista? Justifique.

27. Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
- Foi poeta – sonhou - e amou na vida.
Assinale Falsa ou Verdadeira:

a)Os versos fazem parte de um longo poema de Gregório de Matos.
b)Mostram como Álvares de Azevedo foi marcado pelo tema da morte e da solidão.
c)Definem o poeta tal qual o concebia o Realismo.
d)São típicos da poesia Pau-Brasil.
e)São típicos do Mal do Século

Questão 28.
Os excertos poéticos subsequentes integram a valiosíssima produção artística de uma figura singular que tanto representou nossas letras no cenário nacional – Gonçalves Dias. Cabe a você analisá-los, levando-se em consideração as características que demarcaram a primeira fase romântica.

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
I-Juca Pirama

IV
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.

• Questão 29
Ainda falando sobre Castro Alves, atente-se aos fragmentos ora evidentes, estabeleça uma comparação entre estes e o poema acima citado e, em seguida, comente.

V
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
[...]
Castro Alves

• Questão 30
(Vunesp - SP) Leia atentamente os versos seguintes:

Eu deixo a vida com deixa o tédio
Do deserto o poeta caminheiro
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um mineiro.

Esses versos de Álvares de Azevedo significam a:

a) revolta diante da morte.
b) aceitação da vida como um longo pesadelo.
c) aceitação da morte como a solução.
d) tristeza pelas condições de vida.
e) alegria pela vida longa que teve.

• Questão 31
Com base em seus conhecimentos acerca das características que perfizeram o Romantismo, atenha-se a uma análise das produções literárias em evidência, no intuito de responder à questão que a ela se refere:

a – Tendo em vista a temática do amor, expressa em ambos os poemas, registre sua expressões acerca do assunto através de um TEXTO.



• Questão 32
(PUC-RS)

Já de noite o palor me cobre o rosto
Nos lábios meus o alento desfalece.
Surda agonia o coração fenece
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!... Já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!

A relação mórbida com a morte demonstra que parte da poesia de Álvares de Azevedo prende-se ao:

a) idealismo romântico.
b) saudosismo inconformado.
c) misticismo religioso.
d) negativismo filosófico.
e) mal do século.



PARTE II - ATIVIDADES SOBRE O REALISMO



1. Assinale a proposição incorreta.
a) O Concretismo fez do espaço um elemento expressivo.
b) No Modernismo havia ingrediente nacionalista.
c) No Realismo não há preocupação com o social.
d) O Romantismo se caracteriza pelo desejo de libertação.
e) o Barroco tem exagerada preocupação formal.

2 - I. "A segunda Revolução Industrial, o cientificismo, o progresso tecnológico, o socialismo utópico, a filosofia positivista de Augusto Comte, o evolucionismo formam o contexto sócio-político-econômico-filosófico-científico em que se desenvolveu a estética realista".
II. "O escritor realista acerca-se dos objetos e das pessoas de um modo pessoal, apoiando-se na intuição e nos sentimentos".
III. "Os maiores representantes da estética realista-naturalista no Brasil foram: Machado de Assis, Aluísio de Azevedo e Raul Pompéia".
IV. "Podemos citar como características da estética realista: o individualismo, a linguagem erudita e a visão fantasiosa da sociedade".

Verificamos que em relação ao Realismo-Naturalismo está(estão) correta(s):
a) apenas a I e II
b) apenas a I e III
c) apenas a II e IV
d) apenas a II e III
e) apenas a III e IV

3. Sobre o Realismo, assinale a afirmativa correta.
a) O romance é visto como distração e não como meio de crítica às instituições sociais decadentes.
b) Os escritores realistas procuram ser pessoais e objetivos.
c) O romance sertanejo ou regionalista originou-se no Realismo.
d) O Realismo constitui uma oposição ao idealismo romântico.
e) O Realismo vê o Homem somente como um produto biológico.

4. Há correspondência entre estilo e característica em:
a) Romantismo - objetivismo
b) Realismo - subjetivismo
c) Naturalismo - cientificismo
d) Parnasianismo - linguagem descuidada

5. O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - para condenar o que houve de mau na nossa sociedade.
(Eça de Queirós, apud NICOLA, José de. LITERATURA BRASILEIRA: DAS ORIGENS AOS NOSSOS DIAS. 2 ed. São Paulo-. Scipione, 1990. p. 115.)

O Realismo pode ser exemplificado por:

(01) "... ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; [...] era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos..."

(02) "... o olhar fulgurante, sob a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês, penetrando de luz as almas circunstantes - era a educação da inteligência; o queixo, severamente escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a lisura das consciências limpas - era a educação moral."

(04) "A flauta soltou o cintilante prelúdio de uma valsa de Strauss.
Os valsistas afamados deixaram-se ficar de parte, sem dúvida para se fazerem desejar. Os caloiros e a gente de encher hesitavam em tomar a dianteira..."

(08) "Eu sabia que era bela; mas a minha imaginação apenas tinha esboçado o que Deus criara.
Ela olhava-me e sorria.
Era um ligeiro sorriso, uma flor que desfolhava-se nos seus lábios, um reflexo que iluminava o seu lindo rosto.
Seus grandes olhos negros fitavam em mim um desses olhares lânguidos e aveludados que afagam os seios d'alma."

(16) "Ali está ela na solidão de seus campos, talvez menos alegre, porém, certamente, mais livre; sua alma é todos os dias tocada dos mesmos objetos: ao romper d'alva, é sempre e só a aurora que bruxoleia no horizonte; durante o dia, são sempre os mesmos prados, os mesmos bosques e árvores; de tarde, sempre o mesmo gado que se vem recolhendo ao curral; à noite, sempre a mesma lua que prateia seus raios à lisa superfície do lago!"

(32) "A praça da Alegria apresentava um ar fúnebre. De um casebre miserável, de porta e janela, ouviam-se gemer os armadores enferrujados de uma rede e uma voz tísica e aflautada, de mulher, cantar em falsete a 'gentil Carolina era bela'; doutro lado da praça, uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de moscas, apregoava em tom muito arrastado e melancólico: 'Fígado, rins e coração!' Era uma vendedeira de fatos de boi."


6.Vários autores afirmam que a diferença entre Realismo e Naturalismo é muito sutil.
Um dos trechos a seguir é claramente naturalista. Assinale a alternativa em que ele aparece.
a) "Desesperado, deixou o cravo, pegou do papel escrito e rasgou-o. Nesse momento, a moça, embebida no olhar do marido, começou a cantarolar à toa, inconscientemente, uma cousa nunca antes cantada nem sabida..."
b) "Enfim chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos."
c) "Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; começavam as xícaras a tilintar; o cheiro do café aquecia, suplantando todos os outros..."
d) "Foi por esse tempo que eu me reconciliei outra vez com o Cotrim, sem chegar a saber a causa do dissentimento. Reconciliação oportuna, porque a solidão pesava-me, e a vida era para mim a pior das fadigas, que é a fadiga sem trabalho."
e) "E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo, cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida."


7. Machado de Assis filia-se (e o trecho é exemplo disso) ao estilo de época do:
a) arcadismo
b) romantismo
c) realismo
d) simbolismo
e) modernismo

8. Assinale a opção cuja característica, pertencente ao realismo - naturalismo, não aparece no excerto.

"O tísico do número 7 há dias esperava o seu momento de morrer, estendido na cama, os olhos cravados no ar, a boca muito aberta, porque já lhe ia faltando o fôlego.
Não tossia; apenas, de quando em quando, o esforço convulsivo para atravessar os pulmões desfeitos sacudia-lhe todo o corpo e arrancava-lhe da garganta uma ronqueira lúgubre, que lembrava o arrular ominoso dos pombos."

Das características a seguir, pertencentes ao realismo - naturalismo, apenas uma não aparece no excerto anterior. Assinale-a.
a) Animalização do homem.
b) Visão determinista e mecanicista do homem.
c) Patologismo.
d) Veracidade.
e) Retrato da realidade cotidiana.

9.Assinale a opção em que a correspondência movimento literário - característica se refere ao fragmento de Raimundo Correia.
a) Parnasianismo - rigidez formal.
b) Simbolismo - transcendentalismo.
c) Romantismo - sentimentalismo.
d) Modernismo - liberdade formal.
e) Realismo - objetivismo.

10. Leia as seguintes afirmativas a respeito de Machado de Assis:

I. Sua produção ficcional costuma fixar quadros regionais, repletos de descrições sobre a natureza e de personagens típicos.
II. Alguns de seus romances apresentam protagonistas narrando, em primeira pessoa, lembranças do passado.
III. Nos contos, os universos narrados apresentam seres estranhos em um ambiente sobrenatural, caracterizando o realismo mágico dessas narrativas.

Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas II e III.
e) I, II e III.

11. Sobre o Realismo, assinale o que for correto.

01) Preconizava substituir o sentimento pela razão.
02) Valorizava a arte comprometida com seu tempo, documental e denunciadora.
04) Foi o Realismo que criou a literatura nacional.
08) Envolve também o Naturalismo, numa quase idêntica perspectiva estética. O Naturalismo seria o Realismo exacerbado, salientando o fator biológico e sociológico do comportamento humano.
16) O romance realista é antes de tudo a crítica ao romance romântico.

12. Assinale a(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S):

01. O trecho ... "e daí a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses depois teve a Maria um filho (...) é o herói desta história.", apresenta características do estilo Naturalista ao qual esta obra, "Memórias de um Sargento de Milícias", pertence.

02. A expressão do nacionalismo, a idealização do índio e da figura feminina, como também a análise crítica e científica dos fenômenos da sociedade brasileira determinam o estilo literário - Realismo.

04. "O homem é produto do meio", isto é, a raça, o clima, o temperamento e a educação são fatores naturais da conduta humana; esta afirmação caracteriza o estilo de época denominado Romantismo.

08. No Realismo, o autor preocupa-se em retratar a realidade como ela é, sem transformá-la, baseando-se na documentação e observação do real.

16. Enquanto no Romantismo a expressão da poesia se fortaleceu em três gerações - nacionalista e indianista; saudosista e mal-do-século; social e condoreira, respectivamente, no Realismo-Naturalismo, a poesia apresenta-se comprometida com a busca de perfeição técnica da obra de arte. Esta estética, denominada de Parnasianismo, preocupou-se com o ideal da arte pela arte, em detrimento da realidade exterior.

13. Sobre os autores do Realismo/Naturalismo, numere a 2ªcoluna de acordo com a 1ª.

1) Machado de Assis
2) Aluízio de Azevedo

( ) Em "O Cortiço", as idéias naturalistas se conjugam para revelar as misérias existentes na capital do país.
( ) O autor inova na literatura brasileira pelo seu senso de coletividade, pela descrição de multidão.
( ) Escreveu um romance, em que ataca o racismo, o reacionarismo clerical, a estreiteza do universo provinciano e descreve a lenta e difícil ascensão social do mestiço brasileiro.
( ) Autor de obras-primas, como "Quincas Borba" e "Dom Casmurro", é irônico, pessimista e crítico. Suas tramas quebram a estrutura linear e seu estilo é refinado e elegante, esmerando-se na correção linguística.
( ) Na sua 1ª fase, estava comprometido com o idealismo romântico. Na 2ª fase, mais maduro, fazia a análise psicológica e social de temas da burguesia da época: o adultério, o parasitismo social, o egoísmo, a vaidade, o interesse, além da confusão entre razão e loucura.

A sequência correta é:
a) 1, 1, 2, 1 e 2
b) 2, 2, 1, 2 e 1
c) 1, 2, 1, 1 e 2
d) 2, 2, 2, 1 e 1
e) 2, 2, 1, 1 e 1

14. Sobre o Realismo brasileiro, é correto afirmar:
a) Foi uma estética pouco significativa no painel literário brasileiro, pois ficou afastado dos problemas nacionais, questão bastante trabalhada pelo Romantismo.
b) Teve grande influência do lluminismo francês, daí o aspecto libertário de alguns romances de nossos escritores realistas, como Machado de Assis e Raul Pompéia.
c) Deu especial importância à questão cultural, buscando as raízes da cultura brasileira no folclore e nos costumes do povo.
d) Sua tendência a retratar a realidade com objetividade e imparcialidade está pautada nos postulados filosóficos e científicos que alcançaram grande popularidade no final do século XIX, como o positivismo e o darwinismo.
e) Embora na prosa houvesse um afastamento dos ideais estéticos do movimento romântico, que o antecedeu, o Parnasianismo, contraparte poética do Realismo no contexto brasileiro, não conseguiu se desvencilhar do sentimentalismo e de alguns temas preferidos do Romantismo, como o índio e o escravo, explorando-os com frequência.

15. A estética anti-romântica iniciou-se na segunda metade do século XIX, com o Realismo e aprofundou-se com o Naturalismo. Sobre esses movimentos, analise as proposições a seguir.
( ) As transformações econômicas, científicas e ideológicas possibilitaram a revolução industrial, na qual os valores burgueses e capitalistas suplantaram os valores românticos: a fantasia e o mito da natureza entram, assim, em crise.
( ) Surge, na literatura, o Realismo, movimento em que o artista é, ao mesmo tempo, um participante e um observador do mundo. Esse aspecto conduz à representatividade histórico-social e à análise psicológica dos personagens, examinados à luz do racionalismo e da contemporaneidade.
( ) Entre as características do Realismo brasileiro, estão a objetividade, a impessoalidade e o uso da linguagem regional.
( ) O Naturalismo é um prolongamento do Realismo, pois acrescenta uma visão cientificista da existência, a qual inclui o determinismo do meio ambiente, do instinto e da hereditariedade.
( ) O Realismo teve sua primeira manifestação importante com a publicação de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, e o Naturalismo, com "Dom Casmurro", do mesmo autor, ambos em 1881.


16. Publicados quase simultaneamente, "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "O Mulato", ambos os romances praticamente inauguram dois movimentos literários no Brasil. Num deles predomina a profundidade da análise psicológica e, no outro, a preocupação com as leis da hereditariedade e a influência do ambiente sobre o homem.

Esses movimentos foram:
a) O Modernismo e o Pós-modernismo.
b) O Futurismo e o Surrealismo.
c) O Barroco e o Trovadorismo.
d) O Romantismo e o Ultra-romantismo.
e) O Realismo e o Naturalismo.

17. Expressões tais como "machos e fêmeas", "cabelo para o alto do casco", "molhar o pêlo" constroem imagens que remetem a uma ________ entre homens e animais, típica do ________, que se constitui num prolongamento do ________.
a) dissociação - Realismo - Naturalismo
b) contemporização - Modernismo - Realismo
c) dissociação - Romantismo - Naturalismo
d) associação - Naturalismo - Realismo
e) contemporização - Realismo - Romantismo


18. Assim como a obra D. Casmurro, são também obras pertencentes ao Realismo.
a) Grande Sertão: Veredas e Os Sertões
b) Luzia-Homem e Iracema
c) Aves de Arribação e Iaiá Garcia
d) O Mulato e Memórias Póstumas de Brás Cubas

19. Sobre o Realismo, assinale o INCORRETO.
a) O Realismo na Literatura manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o Simbolismo.
b) O romance - social, psicológico e de tese - é a principal forma de expressão do Realismo.
c) O romance realista deixa de ser apenas distração e torna-se veículo de crítica a instituições, como a Igreja Católica, e à hipocrisia burguesa.
d) A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e direta.




PARTE III - ATIVIDADE SOBRE O NATURALISMO



1) (UFV-MG) Em O Cortiço, Aluísio Azevedo reafirma a ideologia do Naturalismo cumpre à risca alguns princípios cientificistas vigentes na segunda metade do século XIX. Dentre as afirmativas abaixo, assinale aquela que NÃO corresponde às propostas da escola naturalista:
a) Em O Cortiço, Aluísio Azevedo exprime um conceito naturalista da vida e, ao idealizar seus personagens, integra-os a elementos de uma natureza convencional.
b) O narrador de O Cortiço acentua o lado instintivo do ser humano através de um processo de zoomorfização, identificando seus personagens a diferentes animais, sobretudo a insetos e vermes, quando os descreve em seu vaivém pelo cortiço.
c) Ao enfatizar as atitudes inescrupulosas de João Romão para com os habitantes do cortiço, em especial para com a negra Bertoleza, o autor confirma as preocupações sociais do Naturalismo em sua inclinação reformadora.
d) Os personagens de O Cortiço constituem-se, em sua maioria, dos operários das pedreiras, das lavadeiras e de outros miseráveis que ali vivem de forma degradante, o que evidencia a preferência do escritor naturalista pelas camadas mais baixas da sociedade.
e) O caráter determinista da obra tem como símbolo a personagem Pombinha, que, se antes era “pura” e de boa conduta moral, acaba prostituindo-se por força daquele meio sórdido e animalesco.

2) (UFV-MG) Leia o texto abaixo, retirado de O Cortiço, e faça o que se pede:

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo.
[…]. O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sangüínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.

AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 28-29.

Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma possível leitura do fragmento citado:
a) No texto, o narrador enfatiza a força do coletivo. Todo o cortiço é apresentado como um personagem que, aos poucos, acorda como uma colméia humana.
b)O texto apresenta um dinamismo descritivo, ao enfatizar os elementos visuais, olfativos e auditivos.
c) O discurso naturalista de Aluísio Azevedo enfatiza nos personagens de O Cortiço o aspecto animalesco, “rasteiro” do ser humano, mas também a sua vitalidade e energia naturais, oriundas do prazer de existir.
d) Através da descrição do despertar do cortiço, o narrador apresenta os elementos introspectivos dos personagens, procurando criar correspondências entre o mundo físico e o metafísico.
e) Observa-se, no discurso de Aluísio Azevedo, pela constante utilização de metáforas e sinestesias, uma preocupação em apresentar elementos descritivos que comprovem a sua tese determinista.

3) (UFSM-RS) Leia os versos de Raimundo Correia e considere as afirmativas que se seguem.
Vai-se a primeira pomba despertada…
Vai-se outra mais … mais outra … enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia a sangüínea e fresca madrugada…
I. As rimas finais são intercaladas.
II. A estrofe é marcada por aliterações e assonâncias.
III. Os versos são decassílabos, à exceção do segundo que é alexandrino.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I. d) apenas II e III.
b) apenas II. e) I, II e III.
c) apenas I e II.

Leia o poema e responda as questões 4,5 e 6:
As pombas
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada.
..
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais... (Raimundo Correia)
4) O soneto está organizado em duas partes. Nas duas quadras, o eu lírico descreve o revoar das pombas, nos tercetos é estabelecida uma comparação. Deduza:
a) A que é comparado o revoar das pombas?
b) Qual é a diferença essencial, segundo o texto, entre os elementos comparados?
5) De acordo com os termos dessa comparação, identifique a que correspondem, no plano da vida:
a) a madrugada e a tarde;
b) a “rígida nortada”, que as pombas encontram, à tarde, fora, fora dos pombais.
6) Destaque do soneto três características que comprovem a filiação do texto ao Parnasianismo.
7) (CEFET-MG) Sobre o Realismo / Naturalismo afirma-se:
I. Os escritores naturalistas mostram a decadência das instituições, denunciam a hipocrisia.
II. A linguagem da prosa realista tende à universalização porque todos os homens vivem mais ou menos os mesmos problemas, embora esse tipo de prosa tome como ponto de partida o indivíduo comum e anônimo.
III. O Naturalismo procura dar um novo tratamento ao Realismo, atribuindo-lhe um caráter mais científico.
Está(ão) correta(s)
a) I e III. d) I, II e III.
b) I e II. e) I apenas.
c) II e III.

8) (CEFET-MG) Os pressupostos abaixo caracterizam o Parnasianismo, EXCETO
a) referência à mitologia greco-latina.
b) busca do máximo de subjetividade na elaboração do poema, separando o sujeito criador do objeto criado.
c) preferência pelas formas poéticas fixas e regulares como o soneto.
d) o esteticismo, a depuração formal, o ideal da “arte pela arte”.
e) o purismo e o preciosismo vocabular e linguístico, com predomínio de termos eruditos.

9) (UFMS-MS) Assinale as afirmativas corretas a propósito do Naturalismo
a. O ser é retratado como produto do meio.
b. O escritor evita julgar ações e personagens de um ponto de vista ético e moral, pois seu intuito é expor e analisar cientificamente a realidade.
c. É um tipo de Realismo que tenta explicar romanticamente a conduta e o modo de ser das personagens.
d. No Brasil, o romance naturalista exalta o homem metafísico, em oposição ao homem animal, cujas ações e intenções o escritor condena.
e Tem como características, entre outras, o determinismo biológico, a tematização do patológico e a aplicação do método experimental.

10) (ITA-SP) Assinale o texto que, pela linguagem e pelas idéias, pode se considerado como representante da corrente naturalista.
a. "... essa noite estava de veia para a coisa; estava inspirada; divina! Nunca dançara com tanta graça e tamanha lubricidade! Também cantou. E cada verso que vinha de sua boca [...] era um arrulhar choroso de pomba no cio. E [...], bêbado de volúpia, enroscava-se todo ao violão; e o violão e ele gemiam com o
mesmo gosto, grunhindo, ganindo, miando, com todas as vozes de bichos sensuais, num desespero de luxuria que penetrava ate ao tutano com línguas finíssimas de cobra."
b. "Na planície avermelhada dos juazeiros, alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos, [...] Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da caatinga rala."
c. "Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia."
d. "Do seu rosto irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçava pela meiguice do olhar sereno [...] Ao erguer a cabeça para tirar o braço de sob o lençol, descera um nada a camisinha de crivo que vestia, deixando nu um colo de fascinadora alvura, em que ressaltava um ou outro sinal de nascença."
e. "Hércules-Quasímodo, reflete o aspecto a fealdade típica dos fracos. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com o um conhecido, cai logo sobre um dos estribos. descansando sobre a espenda da sela”

11) (UFV-MG) Leia os versos:
Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses, servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia.
Então e, ora repleta ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada!
(Alberto de Oliveira)
Assinale a alternativa que contém características parnasianas presentes no poema:
a. Versos impecáveis, misturando mitologia clássica com sentimentalismo amoroso.
b. Descrição minuciosa de um objeto e busca de um tema ligado à Grécia antiga.
c. Revalorização das idéias iluministas e descrição do passado.
d. Busca de inspiração na Grécia clássica, com nostalgia e subjetivismo.
e. Vocabulário preciosista, de forte ardor sensual.

12) (UFMS-MS) A propósito do Naturalismo, é correto afirmar que:

( ) O ser é retratado como produto do meio.
( ) O escritor evita julgar ações e personagens de um ponto de vista ético e moral, pois seu intuito é expor e analisar cientificamente a realidade.
( ) É um tipo de realismo que tenta explicar romanticamente a conduta e o modo de ser dos personagens.
( ) No Brasil, o romance naturalista exalta o homem metafísico, em oposição ao homem animal, cujas ações e intenções o autor condena.
( ) Tem como características, entre outras, o determinismo biológico, a tematização do patológico e a aplicação do método experimental.