sexta-feira, 24 de maio de 2013

Filme "Macunaíma" (Atividade Avaliativa)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – C.C.H.
CURSO: Letras/Português – 6º período
DISCIPLINA: Literatura Brasileira: do Simbolismo à semana da Arte Moderna.
PROFESSORAS: Dra. Maria Generosa Souto/ Damáris de Souza Ramos (estagiária)
DATA: 13/05/2013



Atividade do filme: Macunaíma (1969), baseado no livro homônimo de Mário de Andrade.
Ficha técnica:
Título original: Macunaíma
Gênero: Comédia
Duração: 1h48min
Ano de lançamento: 1969
Direção: Joaquim Pedro de Andrade
Elenco: Grande Otelo, Paulo José, Milton Gonçalves, Jardel Filho, Hugo Carvana, Dina Sfat.


Para refletir e responder a CINCO questões:


1) Aponte as diferenças fundamentais entre o livro e o filme Macunaíma o herói sem nenhum caráter: em relação a livre adaptação do texto e o contexto histórico.
2) Considerado uma rapsódia pelo próprio Mário de Andrade, o texto caracteriza-se pelo acolhimento e assimilação de elementos variados de nossa cultura, como as crendices, os provérbios e o folclore. Por esse caráter multifacetado, pode-se considerar Macunaíma como representação da identidade brasileira ou esse procedimento torna-se inviável?
3) Macunaíma é um “herói sem nenhum caráter”, tal afirmação pode ser justificada porque o herói lança mão de qualquer recurso para obter vantagens, ou porque não encontrou sua própria definição, sua identidade. Discuta.
4) A afirmação dos elementos locais, do Brasil, está presente em Macunaíma, de Mário de Andrade. Comente sobre as características da malandragem e da sátira que o livro apresenta com relação a certos padrões de comportamento que indicam o “caráter” brasileiro.
5) Discuta os elementos do filme e do livro (procedimentos estéticos) que dialogam com a proposta vanguardista.



segunda-feira, 13 de maio de 2013

RESUMO de MACUNAÍMA

Macunaíma - Livro Completo em http://www.slideshare.net/RebecaXavier/mario-de-andrade-macunaima-livro-completo

Resumo - http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/macunaima-resumo-obra-mario-andrade-700314.shtml

Com uma narrativa de caráter mítico, em que os acontecimentos não seguem as convenções realistas, a obra procura fazer um retrato do povo brasileiro, por meio do “herói sem caráter”.



Resumo


Macunaíma nasce à margem do Uraricoera na Floresta Amazônica e já manifesta uma de suas características mais fortes: a preguiça. Desde pequeno ele busca prazeres amorosos com a mulher de seu irmão Jiguê. Em uma de suas “brincadeiras” amorosas, Macunaíma se transforma em um príncipe lindo.

Por suas traquinagens, Macunaíma é abandonado pela mãe. No meio do mato, encontra o Curupira, que arma uma cilada para o herói, da qual acaba escapando por preguiça de seguir o falso conselho do Curupira. Depois de contar à cotia como enganou o monstro, ela joga calda de aipim envenenada em Macunaíma, fazendo seu corpo crescer, com exceção da cabeça, que ele consegue desviar do caldo.

Com a ajuda dos irmãos, Macunaíma consegue fazer sexo com Ci, a Mãe do Mato, que engravida e perde o filho. Após a morte do filho, Ci sob ao céu e se transforma em uma estrela. Antes disso, ela dá a Macunaíma a famosa muiraquitã, um tipo de talismã ou amuleto.

Triste, Macunaíma segue seu caminho após se despedir das Icamiabas (tribo das índias sem marido). Encontra o monstro Capei e luta contra ele. Nessa batalha, perde o muiraquitã e fica sabendo que uma tartaruga apanhada por um mariscador havia encontrado o talismã, e esse o tinha vendido a Venceslau Pietro Pietra, rico fazendeiro, residente em São Paulo.

O herói, acompanhado dos irmãos, vai para São Paulo, com o objetivo de recuperar a pedra. Na cidade, descobre que Venceslau Pietro Pietra é o gigante Piaimã, devorador de gente que era amigo da Ceiuci, também apreciadora de carne humana.

Macunaíma disfarça-se de francesa para seduzir o gigante Piaimã e recuperar a muiraquitã. O gigante propõe dar a pedra ao herói disfarçado se esse aceitasse dormir com ele. Macunaíma, então, foge numa correria por todo o Brasil.

Macunaíma vai para um terreiro de macumba no Rio de Janeiro e pede à macumbeira que dê uma sova cruel no gigante.

Ainda no Rio, o herói encontra Vei, a deusa-sol. O herói promete a Vei que iria casar-se com uma de suas filhas. Na mesma noite, no entanto, Macunaíma “brinca” (ou seja, faz sexo) com uma portuguesa, enfurecendo a deusa. Ela manda um monstro pavoroso atrás do herói, que foge deixando a portuguesa com o monstro.

No retorno a São Paulo, Macunaíma escreve a famosa “Carta pras Icamiabas”, na qual descreve, em estilo afetadíssimo, a agitação e as mazelas da vida paulistana.

Com Venceslau Pietro Pietra adoentado por conta da surra que levou de Exu, Macunaíma fica impossibilitado de recuperar a pedra. Assim, ele gasta seu tempo aprendendo as difíceis línguas da terra: “o brasileiro falado e o português escrito”.

Depois de arrumar uma saborosa confusão na cidade, o herói vai visitar o gigante, que ainda se recuperava. Resolve fazer uma pescaria no Tietê, onde também costumava pescar Ceiuci. Além de brincar com a filha da caapora, Macunaíma foge de Ceiuci em um cavalo que percorre de forma surrealista a América Latina: em algumas linhas, faz o incrível trajeto de Manaus à Argentina.

Disfarçando-se de pianista, Macunaíma tenta obter uma bolsa de estudo para seguir no encalço de Venceslau Pietro Pietra, que fora para a Europa. Não conseguindo ludibriar o governo, decide viajar pelo Brasil com os irmãos. Numa das andanças, com fome, o herói encontra um macaco comendo coquinhos. O macaco diz cinicamente que estava comendo os próprios testículos. Macunaíma, ingenuamente, pega então um paralelepípedo e bate com toda a força nos seus, ditos, coquinhos. O herói morre e é ressuscitado pelo irmão Manaape, que lhe restitui os testículos com dois cocos-da-baía.

Jiguê se enamora de uma moça piolhenta, que brinca toda hora com Macunaíma. Quando descobre a traição, Jiguê dá uma sova no herói e uma porretada na amante, que vai para o céu com seus piolhos, transformada em estrela que pula.

Macunaíma mata o gigante Piaimã, jogando-o num buraco com água fervendo, onde Ceiuci preparava uma imensa macarronada. Depois de matar Venceslau Pietro Pietra, o herói consegue recuperar a muiraquitã.

Macunaíma e os irmãos resolvem voltar para o Uraricoera, levando consigo alguns pertences e uma dose de saudade de São Paulo. Na volta, o herói tem vários casos amorosos. Perseguidos pelo Minhocão Oibê, Macunaíma o transforma num cachorro-do-mato e segue viagem.

Chegando ao Uraricoera, o herói se entristece ao ver a maloca da tribo destruída. Uma sombra leprosa devora os irmãos, e Macunaíma fica só. Todas as aves o abandonam, apenas um papagaio, a quem conta toda a sua história, permanece com ele.

Vei, a Sol, vinga a desfeita que Macunaíma havia feito a uma de suas filhas e cria uma armadilha para o herói, que, ao ver a uiara em uma lagoa, se deixa seduzir e acaba sendo mutilado pelo monstro. Macunaíma consegue recuperar suas partes mutiladas, abrindo a barriga do bicho, mas não encontra sua perna nem a muiraquitã. O herói vai para o céu, transformado na constelação da Ursa Maior.

Por fim, no epílogo o narrador conta que ficou conhecendo essa história através do papagaio ao qual Macunaíma havia relatado suas aventuras.

Lista de personagens
Macunaíma: personagem principal do livro, é individualista, preguiçoso e faz o que deseja sem se preocupar com nada. Além disso, é vaidoso, mente com a maior facilidade e gosta, acima de tudo, de se entregar aos prazeres carnais.

Maanape: irmão de Macunaíma. Tinha fama de feiticeiro e representa o povo negro.

Jiguê: outro irmão de Macunaíma. Representante do povo indígena.

Sofará: companheira de Jiguê com quem Macunaíma “brincou” diversas vezes.

Iriqui: segunda mulher de Jiguê. Macunaíma também “brincou” com ela diversas vezes, vindo a ganha-la de presente porque Jiguê achou que não valia a pena brigar por causa de uma mulher.

Ci: a Mãe do Mato. Foi o grande e único amor de Macunaíma. Engravidou dele, mas perdeu o filho e transformou-se em estrela. Foi ela quem deu a Muiraquitã a Macunaíma.

Venceslau Pietro Pietra ou Piaimã: gigante comedor de gente, que roubou a muiraquitã de Macunaíma.

Vei: é “a sol”. Tem duas filhas e quer que Macunaíma case com uma delas.

Ceiuci: mulher do gigante Piaimã, é uma velha gulosa comedora de gente.

Sobre Mario de Andrade
Mário Raul de Morais Andrade nasceu na cidade de São Paulo em 9 de outubro de 1893. Seu pai era de origem humilde, mas conseguiu alcançar uma situação financeira estável através de muito trabalho e esforço. Sua mãe, apesar de ser descendente de bandeirantes, também não era rica.

Quando pequeno tinha baixo rendimento na escola, ao contrário de seus irmãos, que eram muito elogiados. Porém, em dado momento Mário começou a estudar, ler muito e passava até nove horas por dia estudando música. Assim, em 1917, ele conclui o curso de piano no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, publica seu livro de estreia, Há uma gota de sangue em cada poema. Além disso, conhece Anita Malfatti e Oswald de Andrade.

Como um dos principais organizadores, participa da Semana de Arte Moderna, que foi realizada em 1922 no Teatro Municipal de São Paulo. Neste mesmo ano, publica o livro de poesia Paulicéia Desvairada. Em 1927 publica o polêmico Amar, verbo intransitivo, criticando a hipocrisia sexual da alta sociedade paulistana.

Em 1934 é nomeado diretor do Departamento de Cultura do Município de São Paulo, onde fica até 1938, quando se muda para o Rio de Janeiro. Em 1940 resolve voltar para São Paulo, vindo a trabalhar no Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Em 1942, publica O Movimento Modernista, onde faz o balanço e a crítica de sua geração. A partir dessa época, seu estado de saúde, que já era frágil, piora. Em 25 de fevereiro de 1945, Mário de Andrade sofre um ataque cardíaco e morre.

Além de romances, poemas e contos, Mário deixou uma grande coleção como crítico literário ("O movimento modernista" (1942), "Aspectos da literatura brasileira" (1943) e outros livros). Seus principais romances são: "Paulicéia Desvairada" (1922), "Amar, verbo intransitivo" (1927) e "Macunaíma" (1928).

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Estudo do filme "Macunaíma"
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – C.C.H.
CURSO: Letras/Português – 6º período
DISCIPLINA: Literatura Brasileira: do Simbolismo à semana da Arte Moderna.
PROFESSORAS: Dra. Maria Generosa Souto/ Damáris de Souza Ramos (estagiária)
DATA: 13/05/2013
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Atividade do filme: Macunaíma (1969), baseado no livro homônimo de Mário de Andrade.


Ficha técnica:
Título original: Macunaíma
Gênero: Comédia
Duração: 1h 48min
Ano de lançamento: 1969
Direção: Joaquim Pedro de Andrade
Elenco: Grande Otelo, Paulo José, Milton Gonçalves, Jardel Filho, Hugo Carvana, Dina Sfat.



Para refletir e RESPONDER neste BLOG:



1) Aponte as diferenças fundamentais entre o livro e o filme Macunaíma o herói sem nenhum caráter: em relação a livre adaptação do texto e o contexto histórico.
2) Considerado uma rapsódia pelo próprio Mário de Andrade, o texto caracteriza-se pelo acolhimento e assimilação de elementos variados de nossa cultura, como as crendices, os provérbios e o folclore. Por esse caráter multifacetado, pode-se considerar Macunaíma como representação da identidade brasileira ou esse procedimento torna-se inviável?
3) Macunaíma é um “herói sem nenhum caráter”, tal afirmação pode ser justificada porque o herói lança mão de qualquer recurso para obter vantagens, ou porque não encontrou sua própria definição, sua identidade. Discuta.
4) A afirmação dos elementos locais, do Brasil, está presente em Macunaíma, de Mário de Andrade. Comente sobre as características da malandragem e a satírica que o livro apresenta com relação a certos padrões de comportamento que indicam o “caráter” brasileiro.
5) Discuta os elementos do filme e do livro (procedimentos estéticos) que dialogam com a proposta vanguardista.

PRÉ-MODERNISMO

· TEXTO DE MARIA CAROLINA SANTA MARINA - Disponível em http://tsnn.tumblr.com/post/8659867343/literatura-pre-modernismo



O pré-Modernismo não é considerado uma escola literária, porque é somente o período (1902-1922) antes do Modernismo de fato e no qual alguns escritores não adaptados inteiramente às propostas da modernidade, escreveram.

· Seu contexto histórico é marcado por manifestações sociais e regionais como A guerra de Canudos, o cangaço, a crise de misticismo nordestino, a Revolta contra a vacina, a Guerra do Contestado, o Ciclo da Borracha, a Revolta da Chibata, greves operárias e a República o Café com Leite.

· Delimitação: Teve início em 1902 com o lançamento dos livros Canaã e Os Sertões e termina com a semana da Arte Moderna em 1922.

· O Pré-Modernismo tem genericamente temas sociais, pois dispõe de uma faceta revolucionária, que capta as dificuldades do homem moderno, da realidade brasileira e reflete novos tipos como a República e os problemas gerados pela abolição da escravatura.

· Existem quatro prosadores principais Pré-Modernistas brasileiros que fixaram suas obras em determinadas regiões do Brasil, retratando temas específicos e usando de tipos humanos bem característicos. São eles:

1. Euclides da Cunha: retratou a região Nordeste, com o tema sobre a miséria do nordestino e a submissão religiosa. Tipo humano: nordestino.

2. Graça Aranha: usou a região do Espírito Santo , e o tema foi adaptação dos imigrantes europeus (alemães principalmente) ao Brasil. Tipo humano: imigrantes.

3. Lima Barreto: retratou a Periferia do Rio de Janeiro, fazendo uma crítica ao preconceito racial. Tipo Humano: Negros.

4. Monteiro Lobato: Região de SP- Vale do paraíba. Fez uma crítica política relacionada com a agricultura e sobre o descaso do governo com a população. Tipo Humano: caboclo/lavrador.


· Os Sertões, obra de Euclides da Cunha, pode ser dividido em três partes, são elas:


1. A Terra: Nesta parte, o escritor traça um detalhado perfil das condições geográficas brasileiras e faz uma análise crítica das mais variadas regiões do país, inclusive do Nordeste.

2. O homem: É uma descrição física, emocional e social sobre o Sertão.

3. A luta: o plano de fundo é a Guerra de Canudos, mas a verdadeira ‘’luta’’ é pela sobrevivência, é o HomemXa Terra

O determinismo pode ser observado na Obra quando os três fatores que explicam o comportamento no Sertão estão juntos: a ‘’raça’’ (o sertanejo/o nordestino), o ‘’meio’’ (o sertão, a região de Canudos, interior da BA), e o momento histórico (a sobrevivência, A guerra de Canudos).

Antônio Conselheiro (Antônio Maciel, beatinho), personagem principal da Guerra de Canudos, era um líder religioso messiânico, que agrega os sertanejos no arraial de Canudos, dá casa e comida aos mesmos, e prega contra a República pois é Monarquista.

A Guerra de Canudos (1895-1897) foi entre Antônio Conselheiro e os Sertanejos e a Igreja e o Governo (república).

- Essa Obra não é considerada de valor literário pois é um tratado sociológico, já que estuda o homem dentro de uma sociedade, no caso, ‘’seca’’.


· Monteiro Lobato além de produzir histórias infantis, também escreveu literatura adulta.


1. Jeca Tatu = personagem de histórias de Monteiro Lobato, representa o típico lavrador, ignorante, analfabeto, desmotivado, preguiçoso. É uma crítica do autor ao descaso do governo com a população das ‘’cidades mortas’’.

2. As duas principais obras de Monteiro são: - Urupês : Referência a praga que ataca os pés de café, destrói toda a lavoura, deixando a classe lavradora sem trabalho. – Cidades Mortas: Contos que traduzem a situação de abandono e miséria da população do campo. (material, social e intelectual).

3. Um frase célebre e ‘’atemporal’’ do autor é: ‘’Um país se faz com homens e livros’’.

· O Pré-modernismo teve início com a obra Canaã de Graça Aranha, e o título da obra pode ser justificado de forma que Canaã é a terra prometida aos judeus, fazendo uma referencia bíblica, Graça Aranha mostra o Brasil como a Canaã dos imigrantes alemães que vêm para cá em busca de trabalho e vida digna, fugindo da miséria europeia da época. Na obra, existem dois personagens principais, são eles: 1- Milkau: imigrante alemão que vem ao Brasil para ser feliz, disposto a dividir, ensinar e aprender. 2- Lentz: imigrante alemão também, que acredita na superioridade branca e vem ao Brasil para ‘’se fazer Senhor em um país de mestiços’’.


· Lima Barreto é provavelmente o escritor mais polêmico desse período pré-modernista, e entre ele e Machado de assim são feitas comparações, pois Lima Barreto assumia que era pobre e negro, sendo julgado pela sociedade, já Machado ao contrário.

Lima fazia duras críticas à sociedade da época, como quanto ao descaso do governo com os sertanejos, negros, mulatos, mulheres etc.

· O Pré-modernismo também conta com a Poesia de Augusto dos Anjos, que era depressivo, usava de vocabulário forte e chocante.

AS CINCO VANGUARDAS EUROPEIAS

Professor Cássio José - http://cassioletras.blogspot.com.br/2011/07/as-cinco-vanguardas-europeias.html

As vanguardas europeias foram manifestações artístico-literárias que passaram pelo Panorama da Literatura do Brasil e deixaram de certa forma, sua contribuição, no que podemos dizer ruptura da estética até então reinante no nosso país. De acordo com o que se vê por parte dos postulantes da Literatura, foi na Semana da Arte Moderna que essas “estéticas literárias” foram influenciando os pensamentos de alguns literatos brasileiros pela inovação que se pretendia. Aqui, por fins acadêmicos, trataremos das seguintes correntes de estética europeia que em dado momento foi pressuposto para esse pensamento ideológico de Modernismo na Literatura Brasileira (Será?): Expressionismo, Cubismo, Futurismo, Dadaísmo e Surrealismo.

EXPRESSIONISMO: Surgido em 1910, foi manifestação de povos nórdicos, germânicos e eslavos. Essa tendência expressou a angústia do período anterior à Primeira Guerra Mundial, voltando-se para os produtos artísticos dos primitivos e para as manifestações do mundo interior, expressas no uso aleatório de cores intensas e distorção das formas, como atesta o quadro O grito, do norueguês Edvard Munch.

CUBISMO: Em 1907, Pablo Picasso pintou Lês demoiselles d‘Avignon (As senhoritas de Avignon) e inaugurou o Cubismo. Segundo essa tendência, as figuras, reduzidas a formas geométricas, apresentam, ao mesmo tempo, o perfil e a frente, mostrando mais de um ângulo de visão. No quadros cubistas. A literatura cubista, inaugurada por Apollinaire, preocupou-se com a construção física do texto: valorizou o espaço da folha e a camada significante das palavras e negou a estrofe, a rima, o verso tradicional. Esse seria o embrião da nossa poesia concreta, da década de 50.

FUTURISMO: Essa estética celebrava os signos do novo mundo – a velocidade, a máquina, a eletricidade, a industrialização. Apregoando a destruição do passado e dos meios tradicionais de expressão literária, o Futurismo (tendência que mais influenciou a primeira fase do Modernismo) propunha:

• liberdade de expressão;
• destruição da sintaxe;
• abolição da pontuação
• uso de símbolos matemáticos e musicais;
• desprezo ao adjetivo e ao advérbio

DADAÍSMO: Este foi o mais radical e destruidor movimento da vanguarda européia. Fundado por Tristan Tzara, negava o presente, o passado, o futuro e defendia a idéia de que qualquer combinação inusitada promove um efeito estético. O Dadaísmo refletiu um sentimento de saturação cultural, de crise social e política.

SURREALISMO: Inaugurado com a publicação do Manifesto Surrealista, em 1924, este foi o último movimento da vanguarda, sofrendo influências das teorias de Freud, o Surrealismo caracterizou-se pela busca do homem primitivo através da investigação do mundo do inconsciente e dos sonhos. Na literatura, o traço fundamental foi a escrita automática (o autor deixa-se levar pelo impulso e registra, sem controle racional, tudo o que o inconsciente lhe ditar, sem se preocupar com a lógica.


Comentário Crítico:


Percebe-se que os literatos brasileiros em algumas escolas literárias (como no Romantismo e Realismo, por exemplo), desejavam mostrar o “verdadeiro” Brasil. E isso, evidentemente, não poderia ser diferente, na nova estética literária brasileira, o que se percebe certa abertura e espaço, bem como sua influência da literatura estrangeira ou de ideologias que vinham de fora. Parece que os autores olham para o Brasil e fazem de sua literatura “palco de manifestações reais” do que realmente o Brasil é expondo as variadas facetas ou realidade do nosso país. Alguns livros didáticos até afirmam que a realidade verdadeira do Brasil era ignorada pela Literatura até então.
As vanguardas como movimentos artísticos, estética literária ou correntes da Literatura Europeia foram resultados ou consequências do que aconteceram no cenário europeu do século XX: problemas políticos, conflitos entre países vizinhos, intercâmbio entre a Primeira e Segunda Guerra Mundial...
A expressão vanguarda pode ser entendida como parcela dos intelectuais que exerce um papel pioneiro, desenvolvendo técnicas, ideias e conceitos novos, avançados, especialmente nas artes. O que havia de comum era nada mais do que conflitos ou debates de uma herança do século passado. É um grito do novo: os padrões da antiga estética literária e artística devem ceder lugar àquilo que estava por vir: O Modernismo. Havia assim manifestações desse “novo” em suas obras e divulgação de novas estratégias formais do tempo.
Podemos, assim, refletir de uma desestruturação ou falta de uma literatura fixamente ou realmente brasileira. E se assim o é, tem forte influência estrangeira: É então, como se diz da boca de postulantes da Literatura um movimento que expressa pela arte o que é de fato o nosso país em dado momento? Somos simplesmente consequência ou resultado do que acontece lá fora no cenário mundial e reestruturados em um “quebra-cabeça” que na época foi apresentado como “Literatura Brasileira”.


REFERÊNCIAS:

ABAURRE, Maria Luiza; FADEL, Tatiana; PONTARA, Marcela Nogueira. Português: Língua, Literatura, Produção de texto. São Paulo: Moderna, 2004.

OLIVEIRA, Ana Teresa Pinto de. Literatura Brasileira: Teoria e prática. São Paulo: Rideel, 2006.

Estudo do filme "Macunaíma"

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – C.C.H.
CURSO: Letras/Português – 6º período
DISCIPLINA: Literatura Brasileira: do Simbolismo à semana da Arte Moderna.
PROFESSORAS: Dra. Maria Generosa Souto/ Damáris de Souza Ramos (estagiária)
DATA: 13/05/2013

Atividade do filme: Macunaíma (1969), baseado no livro homônimo de Mário de Andrade.
Ficha técnica:
Título original: Macunaíma
Gênero: Comédia
Duração: 1h 48min
Ano de lançamento: 1969
Direção: Joaquim Pedro de Andrade
Elenco: Grande Otelo, Paulo José, Milton Gonçalves, Jardel Filho, Hugo Carvana, Dina Sfat.

Para refletir e RESPONDER neste BLOG:

1) Aponte as diferenças fundamentais entre o livro e o filme Macunaíma o herói sem nenhum caráter: em relação a livre adaptação do texto e o contexto histórico.
2) Considerado uma rapsódia pelo próprio Mário de Andrade, o texto caracteriza-se pelo acolhimento e assimilação de elementos variados de nossa cultura, como as crendices, os provérbios e o folclore. Por esse caráter multifacetado, pode-se considerar Macunaíma como representação da identidade brasileira ou esse procedimento torna-se inviável?
3) Macunaíma é um “herói sem nenhum caráter”, tal afirmação pode ser justificada porque o herói lança mão de qualquer recurso para obter vantagens, ou porque não encontrou sua própria definição, sua identidade. Discuta.
4) A afirmação dos elementos locais, do Brasil, está presente em Macunaíma, de Mário de Andrade. Comente sobre as características da malandragem e a satírica que o livro apresenta com relação a certos padrões de comportamento que indicam o “caráter” brasileiro.
5) Discuta os elementos do filme e do livro (procedimentos estéticos) que dialogam com a proposta vanguardista.