terça-feira, 14 de abril de 2015

ARCADISMO EM PORTUGAL II

Neste período literário,  o ARCADISMO tem uma visão de mundo baseada na ciência como único meio de explicar e modificar o mundo. Com isso, a razão passa a ser a base do conhecimento humano, assim, desprezando a religiosidade pregada pelo período anterior, o Barroco.
Na poesia árcade, destaca-se Manuel Maria Barbosa du Bocage que viveu entre 1765 e 1805 e foi o poeta mais importante desse período. Assim como Camões e outros poetas portugueses, Bocage viveu várias experiências amorosas, aventuras em colônias portuguesas no Oriente, na Índia (anagrama: Goa) e na China (anagrama: Macau). Frequentou companhia militares, guerreou, naufragou, foi preso pela Inquisição por sua poesia erótica e morreu pobre. Bocage fez parte da Nova Arcádia, onde foi apelidado de Elmano Sadino.
Na poesia satírica, onde o poeta ficou mais conhecido, Bocage escreveu a famosa obra A Pena de Talião e na poesia lírica apresenta duas fases, sendo a primeira a arcádica que é marcada por regras e restrita ao espírito árcade; a segunda é a pré-romântica caracterizada por uma poesia emotiva, solitária e confidente e o tema morte predomina em toda a obra, acompanhado de fatalismo e pessimismo em relação ao mundo.
A obra de Bocage revela o momento histórico de transição entre o arcadismo e o romantismo. Esse momento foi marcado pela Revolução Francesa, 1789, e pelo florescimento do Romantismo. Portanto, a obra do poeta não é árcade nem romântica, é transitória e tem características dos dois períodos literários.

O arcadismo veio para equilibrar o exagero e a dualidade do barroco e foi seguido por uma fase romântica e realista. Portanto, assim como na vida, a literatura se desequilibra para suceder períodos equilibrados que façam o homem perceber valores distintos. Tanto no barroco, no arcadismo e no romantismo, o homem confrontou tudo e todos para tentar chegar a um equilíbrio por meio da razão. E para que esse equilíbrio? Se a perfeição realmente existe, só pode ser alcançada por meio do equilíbrio.

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Agradecida,
Profa. Generosa Souto