UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS – CDL
CURSO: LETRAS PORTUGUÊS – VESPERTINO 4º PERÍODO
DISCIPLINA: LITERATURA PORTUGUESA – DAS ORIGENS AO BARROCO
PROFESSORA: MARIA GENEROSA SOUTO
ESTUDO DO TEXTO
1.
I –
Fidalgo
Esta barca onde vai ora,
que assim está apercebida?
Diabo
Vai para a ilha-perdida,
e há de partir logo agora.
Fidalgo
Para lá vai a senhora?
Diabo
Senhor, a vosso serviço.
Fidalgo
Parece-me isso cortiço...
II –
Fidalgo
Não há aqui outro navio?
Diabo
Não, senhor, que este fretastes,
e primeiro que expirastes
me tínheis dado sinal
Fidalgo
Que sinal foi esse tal?
Diabo
De que vós vos contestastes.
Fidalgo
A estoura barca me vou.
Hou da barca, para onde is?
Ah barqueiros! Não me ouvis?
Respondei-me! Hou lá! Hou!...
Por Deus, bem falado estou!
Quanto a isso é já pior.
Que jericos, oh senhor!
– Cuidam cá que sou um grou!
III –
Anjo
Que mandais?
Fidalgo
Que me digais,
pois parti tão sem aviso,
se a barca do paraíso
e esta em que navegais.
Anjo
Esta é; que lhe buscais?
Fidalgo
Que me deixe embarcar;
sou fidalgo do solar
é bem que me recolheis.
2.
Fidalgo
Parece-me isso cortiço...
3. Ao dizer essas coisas o Fidalgo coloca a sua posição acima de tudo e de todos, se dizendo o maior, o superior, agindo assim de forma prepotente e inferiorizando o próximo.
4.
Anjo
Não se embarca tirania
neste batel divinal.
Fidalgo
Não sei por que haveis por mal
que entre a minha senhoria.
Anjo
Para vossa fantasia
mui pequena é esta barca.
5. O Fidalgo tenta enganar o Diabo quando diz que, deixou na outra vida pessoas rezando por ele.
6. Ao final do texto, o Fidalgo se dá conta de que as suas atitudes durante a vida e o que possuía, não lhe valeram de nada, pois em vida as suas atitudes foram as melhores e o seu dinheiro e poder não puderam comprar a sua estadia na barca do Anjo.
7. Podemos citar como elementos da moralidade cristã presentes no texto a humildade, o respeito com o próximo, as orações e a dignidade.
8. Os versos estão estruturados como um diálogo e acontecem de forma livre.
EXERCÍCIOS
1. Alternativa D.
A escrita que os nobres realizavam fazem parte do movimento literário conhecido como Trovadorismo.
2. A poesia palaciana diferencia-se das cantigas trovadorescas, por não utilizar de instrumentos musicais e por manter a sua linha de criação voltada para o antropocentrismo.
3. AUTO DA LUSITÂNIA
I – a) Berzebu.
b) Os personagens Todo o Mundo e Ninguém, por vezes tem o seu sentido alterado, alternando algumas vezes para o sentido de muitas pessoas e outras para literalmente ninguém, isso varia de acordo com a intenção de Dinato e Berzebu.
II – a) Todo o Mundo – Eu hei nome Todo o Mundo.
Ninguém – E eu hei nome Ninguém...
b) Podemos apontar como característica farsesca o diálogo entre Dinato e Berzebu que diz:
Dinato – Que escreverei?
Berzebu – Escreve
que Todo o Mundo quer paraíso,
e ninguém paga o que deve.
Nota-se uma mudança de sentido nesse trecho, pois ao longo do texto temos a ideia de que Todo o Mundo busca as coisas que acredita ser “boas” como dinheiro, prestígio, poder, etc, e Ninguém quer apenas o que lhe é de direito, quer apenas viver com a sua consciência tranquila. Ao chegarmos no trecho acima é nítida a mudança de sentido que temos em Todo o Mundo e em Ninguém, onde Todo o Mundo quer apenas o que é bom, e Ninguém arca com as suas atitudes.
PENSANDO
1.a) Narração realista e dinâmica que quase nos faz visualizar os acontecimentos.
2.d) A preocupação com o homem e com a religião.
3.a) Compôs peças de caráter sacro e satírico.
4.a) Uma cantiga de Amor.
AUTO DA ALMA
a) Personagens: Santo Agostinho, Anjo, Alma, Diabo I, Igreja, Diabo II, Sto. Ambrósio, São Jerônimo, São Tomás.
b) Tipos Fantásticos: O Anjo e o Diabo. Ambos se enfrentam, cada um mostrando o seu poder.
c) Tipos Alegóricos: A Santa Madre Igreja. Representa um dogma e expõe seus preceitos.
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Agradecida,
Profa. Generosa Souto