ACADÊMICAS: DANIELA RODRIGUES DE OLIVEIRA / KÁTIA ALMEIDA SILVA MEIRELES
CANTIGAS MEDIEVAIS (TROVADORISMO) E CANTIGAS MODERNAS
CANTIGAS DE AMOR (MEDIEVAL E MODERNA)
1. Nas Cantigas de Amor o trovador, compositor do Trovadorismo, destaca todas as qualidades da mulher amada, sempre a colocando numa posição inferior. Mesmo sendo cantigas onde há relatos de paixões e sentimentos intensos, o tema mais comum é o amor não correspondido.
Neste tipo de cantiga, o eu - lírico é masculino, e se mostra sempre disposto a cantar as qualidades de seu amor, cujas citações dão um ar de superioridade advinda das mulheres amadas, neste caso, ela é a suserana e ele é o vassalo, reproduzindo, portanto, o sistema hierárquico feudal, um dos principais movimentos que estão ancorados ao Trovadorismo.
1.1 As cantigas de amor vinculam o sentimento de um homem por uma mulher, onde ele revela seu amor platônico, pois sempre há um empecilho entre eles. Ele a trata de senhora e a idealiza. Neste tipo de cantiga, a mulher é retratada como superior ao homem, pelo fato dele fingir estar abaixo dela. Essa relação é denominada "vassalagem amorosa", porque reproduz as relações dos vassalos com os senhores feudais. Por fim, as cantigas de amor expressam tristeza, solidão, etc.
Ex. de cantiga Medieval:
A Ribeirinha
(Tradução)
No mundo não conheço
ninguém igual a mim,
enquanto acontecer o
que me aconteceu,
pois eu morro por vós e ai!
Minha senhora alva e rosada,
quereis que vos lembre
que já vos vi na intimidade!
Em mau dia eu me levantei
Pois vi que não sois feia!
E, minha senhora
desde aquele dia, ai!
Venho sofrendo de um grande mal
enquanto vós, filha de dom Paio
Muniz, a julgar forçoso
que eu lhe cubra com o manto
pois eu, minha senhora
nunca recebi de vós
a coisa mais insignificante.
Ex. de cantiga Moderna:
A mulher que eu Amo – Roberto Carlos
“A mulher que eu amo tem a pele morena
é bonita é pequena e me ama também
a mulher que eu amo tem tudo que eu quero
e até mais do que espero, encontrar em alguém
A mulher que eu amo tem um lindo sorriso
é tudo que eu preciso pra minha alegria
a mulher que eu amo tem nos olhos a calma
ilumina minh’alma, é o sol do meu dia
Tem a luz das estrelas e a beleza da flor
Ela é minha vida, Ela é o meu amor
CANTIGAS DE MARLDIZER (MEDIEVAL E MODERNA)
2. A Cantiga de Maldizer é um gênero literário da Idade Média que fez parte do período literário chamado Trovadorismo, que em Portugal teve o seu ápice por volta de 1189 (ou 1198) a 1350. Geralmente eram escritas em galego-português, assim como a maioria dos textos daquela época.
Essas cantigas tinham como características principais: criticar e/ou satirizar uma pessoal real que seja próxima ou do mesmo círculo social que o trovador, apresentar críticas de forma direta e sem duplo sentido, a pessoa satirizada podia ou não ter o seu nome revelado e a agressão verbal se fazia presente através de palavrões.
O seu objetivo maior era criticar pessoas e/ou a sociedade fazendo uso de termos grosseiros, mostrando assim os falsos valores morais que alguns costumavam ter. É importante citar que essas cantigas tinham como alvo pessoas de todas as classes sociais.
Ex. de músicas de maldizer medieval:
Tradução
Quero à moda provençal
fazer agora um cantar de amor,
e quererei muito aí louvar minha senhora
a quem honra nem formosura não faltam
nem bondade; e mais vos direi sobre ela:
Deus a fez tão cheia de qualidades
que ela mais que todas do mundo.
Pois Deus quis fazer minha senhora de tal modo
quando a fez, que a fez conhecedora de
todo bem e de muito grande valor,
e além de tudo isto é muito sociável
quando deve; também deu-lhe bom senso,
e desde então lhe fez pouco bem
impedindo que nenhuma outra fosse igual a ela
Porque em minha senhora nunca Deus pôs mal,
mas pôs nela honra e beleza e mérito
e capacidade de falar bem, e de rir melhor
que outra mulher também é muito leal
e por isto não sei hoje quem
possa cabalmente falar no seu próprio bem
pois não há outro bem, para além do seu.
Ex. de músicas de Maldizer Moderna:
Carta aos Missionários
Biquini Cavadão
Composição: Marcelo Hayenna - Cal - Nilo Nunes
Missionários de um mundo pagão
Proliferando ódio e destruição
Vêm dos quatro cantos da terra
A morte, a discórdia
A ganância e a guerra
E a guerra...
Missionários e missões suicidas
Crianças matando
Crianças inimigas
Generais de todas as nações
Fardas bonitas, condecorações
Documentam na nossa história
O seu rastro sujo
De sangue e glória...
Missionários de um mundo pagão
Proliferando ódio e destruição
Vêm dos quatro cantos da terra
A morte, a discórdia
A ganância e a guerra
E a guerra...
Missionários e missões suicidas
Crianças matando
Crianças inimigas
Generais de todas as nações
Fardas bonitas, condecorações
Documentam na nossa história
O seu rastro sujo
De sangue e glória...
Vindo de todas as partes
Mas indo prá lugar algum
Assim caminha a raça humana
Se devorando um a um
Gritei para o horizonte
Ele não me respondeu
E então fechei os olhos, sua voz
Assim me bateu...
Na na na na na, oh oh, hei hei
Na na na na na, oh oh, hei hei
CANTIGAS DE AMIGO
As cantigas de amigo
Essa cantiga tem sua origem popular, são marcadas pela literatura oral, ou seja, paralelismo, refrão, reiterações e estribilho, onde isso são recursospróprios do texto que servem para serem cantados e que propiciam facilitação de memorização. Nas cantidas populares, ainda são usasos esses recursos.
Essa cantiga teve origem na Península Ibérica, ela apresenta um eu-lírico feminino, porém com um autor masculino, ele canta seu amor pelo seu amigo, em um ambiente mais natural, em grande parte, faz um diálogo com a sua amiga ou com a sua mãe. Na cantiga de amigo, a figura feminina é de uma jovem que começa a amar, lembrando às vezes da ausencia do amado, ou cantando a sua alegria por um encontro com ele. Essa cantiga pode mostrar também a tristeza da mulher, pelo fato do seu amado ter ido para a guerra. Essa cantiga é de amigo, e mostra que a mulher espera ansiosamente pelo amigo, visa bastante às ondas do mar de Vigo e sobre o regresso de seu amado.
Ex. de música de amigo Medieval:
Cantiga de amigo de Martim Codax (paralelística)
Ondas do mar de Vigo,
Se vistes meu amigo!
E ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar levado,
Se vistes meu amado!
E ai Deus, se verrá cedo!
Se viste meu amigo!
O porquê eu sospiro!
E ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amado,
Por que ei gran cuidado
E ai Deus, se verrá cedo!
Ex. de cantiga de amigo Modena
Anjos de Resgate: Amigos pela fé
Composição: Dalvimar Gallo
Quem me dará um ombro amigo
quando eu precisar?
E se eu cair, se eu vacilar,
quem vai me levantar?
Sou eu, quem vai ouvir você
quando o mundo não puder te entender
Foi Deus, quem te escolheu pra ser
o melhor amigo que eu pudesse ter
Refrão:
Amigos, pra sempre
Dois Amigos que nasceram pela fé
Amigos, pra sempre
Para sempre amigos sim, se Deus quiser
Quem é que vai me acolher,
na minha indecisão
Se eu me perder pelo caminho
quem me dará a mão
Foi Deus, quem consagrou você e eu
para sermos bons amigos, num só coração
Por isso eu estarei aqui
quando tudo parecer sem solução
Peço a Deus que te guarde
(que te guarde, abençoe e mostre a sua face)
E te dê a sua Paz.
Uouou........
As cantigas de escárnio
Nessa cantiga, o eu - lírico, faz uma crítica (sátira) indireta e com duplos sentidos a alguém. Para os trovadores fazerem uma cantiga de escárnio, ele precisa compor uma cantiga falando mal de alguém, ou seja, fazendo uma critica a alguma pessoa, através de palavras de duplo sentido, ou seja, através de ambigüidades, trocadilhos e jogos semânticos, através de um processo denominado pelos trovadores equívoco. Essa cantiga é capaz de estimular a imaginação do autor, sugerindo-lhe uma nova expressão irônica.
Ex. de Cantigas de Escárnio
Ai, dona fea, foste-vos queixar
que vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!...
Ex. de cantigas de escárnio Moderna
Luís Inácio (300 Picaretas)
Os Paralamas do Sucesso
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
Eles ficaram ofendidos com a afirmação
Que reflete na verdade o sentimento da nação
É lobby, é conchavo, é propina e jeton
Variações do mesmo tema sem sair do tom
Brasília é uma ilha, eu falo porque eu sei
Uma cidade que fabrica sua própria lei
Aonde se vive mais ou menos como na Disneylândia
Se essa palhaçada fosse na Cinelândia
Ia juntar muita gente pra pegar na saída
Pra fazer justiça uma vez na vida
Eu me vali deste discurso panfletário
Mas a minha burrice faz aniversário
Ao permitir que num país como o Brasil
Ainda se obrigue a votar por qualquer trocado
Por um par se sapatos, um saco de farinha
A nossa imensa massa de iletrados
Parabéns, coronéis, vocês venceram outra vez
O congresso continua a serviço de vocês
Papai, quando eu crescer, eu quero ser anão
Pra roubar, renunciar, voltar na próxima eleição
Se eu fosse dizer nomes, a canção era pequena
João Alves, Genebaldo, Humberto Lucena
De exemplo em exemplo aprendemos a lição
Ladrão que ajuda ladrão ainda recebe concessão
De rádio FM e de televisão
Rádio FM e televisão
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
afff caraii
ResponderExcluiraff!!! num tem outro tipo para colocar nao E
ResponderExcluirA cantiga de maldizer ta errada, a cantiga que vc colocou como de maldizer na verdade é uma cantiga de amor
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBosta de site ridiculo....
ResponderExcluirProfa Generosa! Tem um e mail no qual possamos conversar sobre as cantigas? É para um trabalho acadêmico. Um abraço!
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