UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS – DCL
LETRAS/PORTUGUÊS 4° PERÍODO VESPERTINO
DISCIPLINA: LITERATURA PORTUGUESA – 2011/1º
ACADÊMICA: MILCA ARAÚJO CAMPOS
Estudo do texto
1)
Fidalgo
A estoutra barca me vou. O fidalgo dialogando com o Anjo diz a este
Hou da barca, para onde is? que é predestinado ao céu. Além disso, fala
Ah! barqueiros! Não me ouvis? mal do outro barqueiro que o teve por um
Respondei-me! Hou lá ! Hou!... qualquer.
Por Deus, bem fadado estou!
Quando a isto é já pior.
Que jericos, oh senhor!
- Cuidam cá que sou grou!
(...)
Anjo
Não se embarca tirania O Anjo exorta o fidalgo do seu defeito, a
neste batel divinal. tirania, mas ele não percebe isso continua
insistido que tem o direto de ir na divina
Fidalgo barca.
Não sei por que haveis por mal
Que entre a minha senhoria.
(...)
Fidalgo
Para senhor de tal marca O fidalgo reclama pelo fato de não
Não há aqui mais cortesia? ser tratado com cortesia. Além disso,
Venha prancha e atavio! ordena ao anjo que faça a sua vontade
Levai-me desta ribeira! como se tivesse algum poder ainda.
Os trechos acima representam, por meio da fala de personagens, a aristocracia alienada, egoísta e prepotente.
2) O Fidalgo assemelha a barca do inferno a um cortiço, habitação coletiva de pessoas pobres. Dessa maneira, ironiza a barca do inferno.
Fidalgo
Parece-me isso cortiço...
3) “sou fidalgo de solar/ é bem que me recolhais”
Tal trecho demonstra que o fidalgo achava que a sua alta posição social o condicionava, lhe dava por direito a vida no paraíso.
4)
Anjo
Para a vossa fantasia
Mui pequena é esta barca.
(...)
Anjo
Não vindes vós de maneira
para entrar neste navio,
Essoutro vai mais vazio:
A cadaeira entrará,
E o rabo caberá
E todo o vosso senhorio.
Ireis lá mais espaçoso,
(...)
O Anjo ironiza, nas duas falas, o fato do fidalgo querer levar para a vida eterna seu estilo de vida terrena (suas posses, sua posição, seu servo etc).
5) Depois de ter recusada pelo anjo sua embarcação na barca do céu o fidalgo retorna a barca do inferno. Como tentativa de voltar à vida terrena este tenta convencer o diado da necessidade que tem de amparar sua amada que na Terra ficou sofrendo por ter perdido o seu amor. No entanto, o diado não cai na trama do fidalgo.
Fidalgo
Mas esperai-me aqui:
Tornarei à outra vida,
Ver minha dama querida
Que se quer matar por mi.
6) Ao final do texto o Fidalgo dá conta de que não tem outra opção a não ser embarcar na barca do inferno. Isso se confirma nos versos:
Fidalgo
Entremos, pois que assim é...
Diado
Ora descansai,
Passeiai e suspirai;
Enquanto virá mais gente.
Fidalgo
Ó barca, como és ardente!
Maldito que em ti vai!
(...)
7)Alguns elementos da moralidade cristã presente no texto:
A reza
Fidalgo
Que deixo na outra vida
quem reze por mim.
Compaixão ao próximo
(que no caso foi negada pelo fidalgo)
Anjo
(...)
Desprezaste os pequenos,
Achar-vos-ei tanto menos
Quanto mais fostes fumoso.
Humildade
(Também negada pelo Fidalgo)
Fidalgo
Que me deixe embarcar;
Sou fidalgo de solar
É bem que me recolhais.
8) Os versos do Auto encontram se metrificados como redondilha maior.
Exercício
1) Alternativa C
Nesse período, inclui-se o teatro vicentino, que pende mais para a tradição clássica, obedecendo às três unidades do teatro grego.
A alternativa acima é incorreta, uma vez que, o teatro vicentino caracteriza por muitos aspectos medievais e alguns do renascimento. Mesmo que em seu aspecto estrutural o texto esteja organizado em redondilha maior, como na Antiguidade Clássica, não se assemelha a estes quanto rigidez. Seu teatro possui uma ampla variedade temática, vários personagens, amplitude temporal e justaposição de lugares.
2) Diferença entre a poesia palaciana (Humanismo) e as cantigas trovadorescas (Trovadorismo).
Poesia palaciana
• O próprio poema possui elementos que lhe proporciona musicalidade.
• Tem temática variada, sendo composições sátiras, didáticas, religiosas e amorosas.
• Quanto ao lirismo amoroso à mulher nestas poesias são mais atingíveis.
Cantigas trovadorescas
• A musicalidade das cantigas está ligada estreitamente relacionada aos instrumentos que acompanha declamação da cantiga.
• A temática esta relaciona ao lirismo amoroso nas cantigas de amor e amigo e a sátira nas cantigas de escárnio e mal dizer.
• As mulheres são inatingíveis por serem casadas ou de pertencer a uma classe superior.
Auto da Lusitânia
1) A)
O personagem responsável por ocasionar ambiguidade com os nomes Todo Mundo e Ninguém é Berzerbu. Veja uma de suas falas:
“ Berzebu – Que Ninguém busca consciência e Todo Mundo dinheiro.”
B) Os nomes dos personagens Ninguém e Todo Mundo passam pelo processo de ambiguidade ganhando outros sentidos. Todo Mundo representa todos os humanos, enquanto Ninguém é nenhuma pessoa.
2) A) Na indicação de como a cena deve ocorrer o vocábulo homem se repete duas vezes indicado o personagem Todo Mundo e Ninguém. Além disso, indica que tais personagens refletem o conflito humano, que será notado ao longo do auto através da ambigüidade, recurso utilizado para fazer inferência ao homem em si.
B) O Auto da Lusitânia tem como característica farsesca a sátira que o autor faz com a situação conflituosa que o homem passa entre a escolha do bem e do mal.
Ninguém
Como hás nome, cavaleiro?
Todo Mundo
Eu hei nome Todo Mundo
e meu tempo todo inteiro
sempre é buscar dinheiro
e sempre nisto me fundo.
(...)
Berzebu
Que Ninguém busca consciência e Todo Mundo dinheiro.
Pensando
1) Alternativa E
Exaltação do feito heróico do Mestre ao matar o inimigo do Reino.
2) Alternativa D
A preocupação com o homem e com a religião.
O teatro vicentino é marcado pela abordagem de temas medievais, como também do renascentismo. Sendo assim, trata da religião com base no teocentrismo fortemente divulgado na Idade Média pela Igreja Católica e o antropocentrismo (o homem no centro) que era uma das correntes do renascimento.
3) Alternativa A
Compôs peças de caráter sacro e satírico.
Escreveu obras sacras como o Auto da Barca do Inferno, também sátiras um exemplo é Farça de Inês Pereira.
4) Alternativa A
A canção analisada é de amor por ter o eu lírico masculino que demonstra seu sofrimento devido o seu amor ser inatingível.
O Auto da Alma
a) Alma
b) Anjo, Santo Agostinho, santo Ambrósio, São Jerônimo, São Tomas e Diabo I e II.
c) Santa Madre Igreja é a estalagem espiritual responsável por acolher os que estão caminhado para a glória.
O Auto da barca do inferno
a)Fidalgo(D.Anrique),sapateiro(Joanantão),parvo(Joane),ofrade(FreiBabriel),Alcoviteira(Brisida Vaz), O judeu(semifará),o agiota,os quatro cavaleiros,corregedor e o procurador
b) O anjo e o diabo
c) O frade que indica a igreja de modo mundano e vicioso e os quatro cavaleiros que demonstram a fé católica.
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Agradecida,
Profa. Generosa Souto